A intervenção da ex-ministra pode ser um sucesso para arregimentar os apaniguados mas torna-se um desastre político se o objectivo considerado for o de persuadir os neutros. Não é apenas a precipitação de ela estar a lançar os foguetes antes da festa, como diz o ditado popular. É que já não lhe competia lançá-los e ela só beneficiaria se alguém mais afastado e com crédito o tivesse feito atempadamente por ela. Ou como diria o outro ditado popular com foguetes, lançou os foguetes e até quis apanhar as canas. Mesmo que hipoteticamente tenha razão (algo que duvido, precisamente por causa disto), este auto-elogio descabido e prematuro de Maria Luís Albuquerque acaba por dissipar o interesse por uma discussão técnica quanto às virtudes da execução orçamental de 2015 e tranferi-la para o domínio do comportamento político, colocando o ónus da prova em si, levantando suspeitas sobre que impactos da revelação dessa execução ela quererá atenuar com este gesto. E depois, para o folclore e ainda por cima, há a história da devolução da sobretaxa do IRS...
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