Depois de finalmente derrotado pelas invasões conjugadas da Áustria, Alemanha e Bulgária (setas vermelhas) numa campanha que durara pouco mais de dois meses (entre Outubro e Dezembro de 1915), o exército sérvio - recorde-se que fora nos Balcãs e por causa da defesa da Sérvia que começara a Primeira Guerra Mundial - acabou por retirar para a Albânia (tracejado laranja), país neutral no conflito. Segundo as Leis Internacionais, os combatentes sérvios deveriam ter sido desarmados e deveriam ter permanecido internados na Albânia até ao fim do conflito. Mas não foi propriamente isso que se passou...
A 12 de Janeiro de 1916 começaram os embarques dos cerca de 150.000 soldados sérvios no porto albanês de Durrës (que a Itália ocupara preventivamente no ano anterior...) numa frota de navios fretados por franceses, britânicos e italianos para os transportar (seta laranja) para a ilha grega de Corfu (assinalada a branco), onde seriam reequipados para os reengajar no combate contra as Potências Centrais, pela libertação do seu país ocupado. Vale a pena acrescentar que também a Grécia era então um país neutral, embora as potências aliadas tivessem disposto da ilha ignorando por completo a soberania grega.
Estes são aqueles episódios das grandes guerras que se tornam esquecidos mas não apenas por não terem grande relevância para a sua evolução e desfecho. Esquecem-se e/ou são citados superficialmente porque demonstram o quanto, nessas situação de conflito, os beligerantes tendem a não se preocupar com princípios morais. Só a História do conflito (a ser escrita posteriormente) irá distinguir os atropelos à legalidade de cada uma das partes, evidenciando os praticados pelos vencidos, esquecendo convenientemente - é o caso - os dos vencedores. O Direito Internacional é um conceito tão relativo que chega a ser pertinente perguntar se existe...
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