A noite eleitoral do passado Domingo teve mais derrotados dos que aqueles que foram identificados pelos múltiplos painéis de especialistas da feitura de opinião que se desdobraram a analisar e comentar os resultados por tudo o que era órgão de comunicação social. O problema é que muitos desses derrotados teriam que fazer um julgamento em causa própria. Assim, e apenas para dar um exemplo a que já aqui me referi anteriormente no blogue, houvesse justiça na Terra e Ricardo Costa teria sido obrigado a comparecer no estúdio com um nariz vermelho de palhaço (abaixo), porque o escrutínio dos votos estava a dar-lhe 152 mil razões para responder à questão que ele tão arrogantemente colocara dias antes, para que ele finalmente percebesse o que é que o Tino de Rans estaria a fazer na festa dos 15 anos da SIC Notícias...
Mas Ricardo Costa, com José Manuel Fernandes ou Paulo Baldaia, embora unidos numa mesma actividade a tantos outros, fazem parte de um grupo distinto de analistas/comentadores daquele que engloba João Marques de Almeida, outro exemplo de visionário arrogante que escolhi para destacar neste texto. Licenciado em Relações Internacionais pela Lusíada, Mestre também em Relações Internacionais por Kent e Doutorado ainda em Relações Internacionais e Ciência Política pela LSE, Marques de Almeida faz parte de um grupo qualificado academicamente que, quando escreve asneiras (e é apreciar a profecia que lemos acima...), fazem-no de cátedra, enquanto que os outros (Costa, Fernandes ou Baldaia), por falta de tais atributos, fazem-se passar por catedráticos... da asneira. Para comparação, considero João Marques de Almeida o outro lado da moeda de uma outra opinadora qualificada como Raquel Varela: ao contrário daqueles outros, não questiono a legitimidade da promoção que a comunicação social dá às ideias de um e outra, têm a qualificação académica para isso, mas confesso que, em certas ocasiões, fico com uma grande vontade de pedir responsabilidades a quem lhos conferiu, aos tais graus académicos...
Mas concentremo-nos finalmente no artigo de opinião acima, um que exemplifica a atitude daquele quadrante político que, à direita engoliu a candidatura (e agora a vitória) de Marcelo a custo. O artigo foi escrito há um pouco mais de dezoito meses, e nele João Marques de Almeida antecipava, prescientemente, que o homem não se ia candidatar. E mais, se o fizesse, perdia. Não se impressionem mal que o Doutor Marques de Almeida é pessoa de convicções sólidas e de profecias concretas: por essa mesma altura antecipava o fim do bloco de esquerda, uma ideia inovadora que à época até se desvalorizara de tão banal. Ultimamente vimo-lo a dar uma pirueta argumentativa total, o problema é que nunca deu a mão à palmatória. Quem ler o que escreveu já este ano, fez de Catarina Martins a primeira das personagens políticas em 2016 e elogiou Marcelo: «Rebelo de Sousa foi o único candidato que percebeu que deveria fazer campanha para a maioria de indiferentes». É um cromo! Mas como o ridículo é chato, uma coisa aprendeu entretanto: agora coloca um ponto de interrogação a seguir aos seus vaticínios - O fim de Merkel? é o título da sua última crónica no Observador. Não fosse cá por coisas e isto seria o certificado de mais dez anos de Merkel no poder.
Boa tarde
ResponderEliminarO meu pai que era um homem de fino trato e educação esmerada e, apesar de ser militar raramente diziaa aquilo que é comum designar por palavrões.
Tinha, no entanto, dois insultos muito próprios com que classificava, as pessoas que detestava.
Uns eram os "cagões" e outros os "besuntas".
Não tenho dúvidas que, se estivesse vivo, os persinagens citados no seu texto caberiam, conforme a situação, nas duas categorias.
Cumprimentos