O debate que ontem opôs Sampaio da Nóvoa a Marcelo Rebelo de Sousa foi muito interessante. Revelou um Marcelo Rebelo de Sousa surpreendentemente incomodado não só pelo contraditório como sobretudo pelas evidências das contradições do que foi dizendo em televisão - e assim registadas... - ao longo dos anos que leva de comentador televisivo. Sampaio da Nóvoa foi nitidamente superior. Resta verificar se aquela prestação que tanto animou as hostes dos que se opõem pela esquerda a Marcelo Rebelo de Sousa - Maria de Belém está hoje obrigada a fazer tão bem ou melhor que Sampaio da Nóvoa ontem - terá tido também impacto significativo entre os outros, aqueles que se mostravam dispostos a votar em Marcelo antes do debate. Este é aquele que considero o jogo limpo, saudável da Democracia. Depois há o jogo sujo (acima) e a insistência que tenho visto em vários sítios das redes sociais em colar Marcelo ao padrinho homónimo (Marcello Caetano). Mais por pedagogia dissuasória, gostaria de ver qual a reacção de quem o pratica (a esse jogo sujo), quando confrontado com um tratamento equivalente dado a Sampaio da Nóvoa, conhecida a sua militância na LUAR (abaixo). É que os pergaminhos democráticos maculados de um, por escrever cartas ao padrinho há mais de 40 anos, equivalem-se ao do outro alguns anos depois, quando militava em organizações que pugnavam pela extinção de uma Assembleia Constituinte que até fora eleita democraticamente. É que houve muita gente que só se converteu à Democracia com o 25 de Abril, mas também houve muita gente que só se converteu à Democracia com o 25 de Novembro...
E claro, embora não se tratando de qualquer destes dois candidatos, há aqueles que, respeitando-lhe as regras, ainda hoje não se converteram à Democracia...
Em vez de colar Marcelo a PPC ou a PP, se eu fosse assessor, colaria a Baptista Bastos.
ResponderEliminarCom o jeito de Marcelo para contar histórias um Carlos Castanheira poderia aparecer a qualquer momento, e aquela forma de perguntar a Sampaio da Nóvoa onde estava no 25 de Novembro quase que podia ser precedida da tão famosa interjeição "Oh minha porca!"