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A Roménia foi um dos países vencedores da Primeira Guerra Mundial que mais cresceu territorialmente depois da Vitória. Beneficiava do facto de ter fronteiras com três dos países derrotados: Bulgária, Hungria e União Soviética. A Roménia foi uma defensora do status quo criado pelos Tratados assinados em 1919 e também um alvo da cobiça de todos os países revisionistas desses Tratados, incluindo a Alemanha nazi. Em 1940, Hitler patrocinou uma rectificação de fronteiras da Roménia com aqueles 3 países, cedendo as regiões assinaladas a tracejado.
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Depois de um período de rotatividade eleitoral entre o Partido Liberal, que afinal era conservador, e o Partido Camponês, em 1938 a Monarquia assumiu formalmente uma orgânica fascista com um partido único, a Frente do Renascimento Nacional. Mas o Rei Carlos II (abaixo) acabou por ser considerado o bode expiatório da má condução da política externa que levaram às rectificações fronteiriças de 1940, as patrocinadas por Hitler (em benefício da Hungria e da Bulgária) e as exigidas por Stalin (em benefício da União Soviética).
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Mas houve duas coisas importantes que distinguiram a manobra romena da italiana. Embora Miguel I tenha demitido Antonescu como Vítor Manuel III demitira Mussolini no ano anterior, os romenos foram muito mais despachados e completamente frontais com os alemães quanto às suas intenções; e, fundamental para o que seria futuro da Roménia, o representante dos Aliados que se preparava para invadir o país e com quem ela tinha de negociar, era a União Soviética, e não qualquer dos países anglo-saxónicos.
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Foi baptizada de Frente Democrática Nacional (FDN) e, desde a sua criação em Outubro de 1944, a sua função principal foi a de dificultar a estabilidade dos governos existentes, pedindo o reforço da participação dos seus membros nos governos, até alcançarem os lugares-chave. Houve um Primeiro-Ministro de Agosto a Dezembro de 1944 (Sănătescu), outro de Dezembro de 1944 a Março de 1945 (Rădescu) e finalmente, a partir de Março de 1945, Petru Groza, o líder histórico da Frente dos Cultivadores**.
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Pelo seu lado, o Rei iniciou um boicote, recusando-se a promulgar a legislação do governo, até que, em Dezembro de 1945, instruções vindas de Moscovo fizeram Groza atribuir uma pasta ministerial a cada um dos partidos burgueses (Liberal e Camponês), obtendo em contrapartida o reconhecimento do seu governo pelos países ocidentais. Nesse momento, o gesto era apenas cosmético, porque o aparelho do estado já havia sido completamente controlado pela Frente Democrática Nacional, nomeadamente pelos comunistas.
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As eleições tiveram finalmente lugar em Novembro de 1946, onde as listas da Frente Democrática Nacional obtiveram uns retumbantes 80% dos votos. Nessa altura, a Roménia já era a última monarquia do Leste da Europa e o próprio Primeiro-Ministro Petru Groza esquecia as causas da sua Frente dos Cultivadores** e, em vez de uma Reforma Agrária que fosse caracterizada pela repartição das terras pelos camponeses, submetia-se à colectivização das propriedades agrícolas, decalcada do modelo soviético...
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* Como se depreende (o romeno é uma língua latina, aparentada com o português), Conducator poder-se-á traduzir como o Chefe, o Dirigente, o Condutor.
** À letra, Frente dos Homens do Arado.
*** Os outros estrangeiros foram o norte-americano Eisenhower, o britânico Montgomery, o polaco Rola-Żymierski e o jugoslavo Tito.
O que se passou no Nepal, será custoso de engolir, mais do que entender, para uns, e demasiado fácil e apetecido para outros.
ResponderEliminarPara mim era apenas expectável e normal, lá e agora, e não sou eu que vou dizer aos Nepaleses que/se andaram bem ou mal. De resto, o tempo (e a China) dirá.
Interessante a narrativa sobre a evolução da Roménia desde o Reino até à República, fica-se agora a guardar a introdução ao período da República-reino do soberano e “amigo do ocidente”, D. Ceausescu I, o filantropo, e sua veneranda esposa, a humanista rainha D.Elena, ambos sumariamente julgados e executados, pelos sequazes da véspera.
Apenas um nota, sem quaisquer intuitos polémicos, a maioria dos países tiveram derivas nazi-fascistas, depois acontecia que os comunistas e outras forças de esquerda chegavam ao poder através do voto, para indignação à posteriori dos analistas. Vá lá alguém entender a História.
Leia-se: (...)maioria dos países da região(...)
ResponderEliminarNão se interprete do poste uma opinião pró-monárquica no que se refere à situação no Nepal. Quando um monarca deixa de representar a função social agregadora para que foi eleito é melhor abdicar.
ResponderEliminarTambém tentei não opinar sobre a evolução do que aconteceu na Roménia entre 1945 e 1947, de resto. Nos Balcãs, naquela época, as monarquias nem sequer tinham o lastro da antiguidade que as justificassem: as mais antigas teriam pouco de um século de existência.
Apenas uma nota à sua nota: tenho a opinião que o comunismo e os comunistas eram genuinamente muito populares em 1945. Não sei é se, sem "ajudas", obteriam as maiorias eleitorais que os deixassem confortáveis para instalarem os regimes que instalaram.
Também concordo com a sua resposta, mas não entendo bem o que é que as ajudas têm, neste particular, a ver com a questão?
ResponderEliminarJá agora quem nunca precisou de ajudas?
Boa semana.
A questão que deixou na sua nota original está associada, se bem li, à chegada ao poder dos comunistas através do voto.
ResponderEliminarOra os mesmos resultados eleitorais de 20 a 25% que os comunistas registavam nessa época tanto em França e na Itália como na Checoslováquia ou na Polónia, permitiram-lhes resultados diferentes conforme a potência ocupante.
Em Itália, mesmo subindo a sua representação popular nunca chegaram ao poder; na Checoslováquia e na Polónia, mesmo diminuindo a sua simpatia popular, nunca mais saíram do poder...
O título de Conducator foi mais tarde recuperado por Ceausescu, o que mostra mais a megalomania do ditador.
ResponderEliminarQuanto a Carol II, não gozava de grande popularidade, pela sua vida de playboy e por ter vivido vários anos com a sua amante elena Lupescu. Acabou os seus dias no Estoril, no seu vistoso palacete.
A URSS não foi derrotada na 1.ª Guerra Mundial.
ResponderEliminarPois.
ResponderEliminarÉ conveniente que quando as pessoas escrevem afirmações assim tão assertivas em caixas de comentários se documentem primeiro.
Leia o Tratado de Brest-Litovsk de 3 de Março de 1918. (http://wwi.lib.byu.edu/index.php/The_Peace_Treaty_of_Brest-Litovsk)
Ele desmente o que escreveu do ponto de vista formal.
Compare as fronteiras ocidentais da Rússia de 1914 com as da União Soviética de 1920.
(http://web000.greece.k12.ny.us/SocialStudiesResources/Social_Studies_Resources/GHG_Documents/Europe%201914-1919%20Maps%2008.04.jpg)
Elas desmentem o que escreveu do ponto de vista substancial.
Suponho que do resto de que consta o poste concorda com tudo, ou chegou a aprender alguma coisinha?
O principal é que os criminosos "democratas" e seus aliados-irmãos comunistas soviéticos nos trouxeram o comunismo judaico por 45 anos! Aliados demo-bolchevistas, vão pra o inferno!
ResponderEliminarÀs vezes é preciso esperar quatro anos (de 2008 a 2012) para que finalmente cheguem comentários preciosos de cariz político-religioso como o acima.
ResponderEliminar"Comunismo judaico" afigura-se-me toda uma nova ideologia... que se distingue evidentemente do comunismo cristão (na Polónia?), do comunismo muçulmano (na Albânia?) ou do comunismo budista (no Vietname?). Pessoalmente, tenho é dificuldades em conceber um comunismo jainista, ainda menos o protagonizado pelas testemunhas de jeová...
Mas, indubitavelmente, estamos em territórios doutrinários muito mais avançados dos que os postulados por Marx o judeu, conhecido pelo que escreveu contra as religiões.
Este Nicolau da Roménia conhece a obra de Marx melhor que Marx. É um trans-marxista!