
São raras, e por isso históricas, as ocasiões em que os membros das elites (ou os que se tomam por pertencentes a tal) se reúnem em
comunhão com o verdadeiro povo português. Lembro-me, por exemplo, de Setembro e Outubro de 1974 (acima), quando alguns membros das classes mais abastadas possuidoras de terras em regiões vitivinícolas, com um cartão de militante do
MDP/CDE novinho em folha, vieram participar com os
seus trabalhadores na vindima daquele ano. Apesar de tudo, 1974 foi considerado um bom ano vinícola…

Parece-me que a edição de ontem do
Jornal Nacional da
TVI teve uma audiência onde se terá formado essa improvável aliança
histórica, associando o povo genuíno e as nossas
melhores elites intelectuais. O pretexto próximo para
a atenção destas últimas terá sido o reaparecimento de Manuela Moura Guedes como apresentadora do
Jornal Nacional, e a outra atracção suplementar de programa seria o reaparecimento em televisão desse
aclamado fenómeno comunicacional que responde pelo nome de Vasco Pulido Valente.

Confesso que até mesmo eu, não me considerando pertencer nem ao povo genuíno nem às elites intelectuais, passei ontem em
zapping pelo
Jornal Nacional da
TVI embora haja que confessar que a causa próxima tenha sido uma aposta sobre o formato das
novas bochechas de Manuela Moura Guedes: de que forma é que elas se podem comparar com aquelas com que maquilharam o Jack Nicholson quando ele fez de
Joker no filme
Batman? Compare-se acima e abaixo, mas note-se que as bochechas da Manuela estão actualmente
muito melhores…

Hoje li num daqueles
blogues de elite – cujo autor (obviamente) não vê
TVI, mas contaram-lhe… – que o aparecimento de Vasco Pulido Valente, apesar de repetidamente alardeado durante todo o programa não se chegou a concretizar. E o autor do
blogue (que não viu)
parece-me manifestar o seu descontentamento em nome dos que viram… As elites não estão habituadas a estas
trapaças populares de
barraca de feira, onde as promessas sobre o fenómeno excedem a realidade. E vê-se assim o pobre Vasco reduzido a esta espécie de condição de
mulher-barbada...O meu especial agradecimento pela preciosa fotografia inicial (Revista Gente nº 50, de Outubro de 1974), retirada daqui.
De vez em quando venho aqui beber inspiração para uma ou outra divagação.
ResponderEliminarEspero que me releve mais um atrevimento.
Esteja à vontade, meu caro JRD.
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