Antes desta nova revoada de series televisivas sobre medicina (como ER, House, M.D. ou Anatomia de Grey), que foi (re)começada com o aparecimento de ER durante a década de 90, tinha havido uma outra temporada sobre o mesmo tema durante a década de 60 e muito daquilo que consideramos novo, são apenas recuperações: por exemplo, o George Clooney daquela época chamava-se Richard Chamberlain (abaixo) e a série em que ele era protagonista e dava nome à personagem tinha o título de Dr. Kildare (1961-66).
A realidade aproximou-se bastante da ficção quando em Dezembro de 1967 uma equipa médica sul-africana da Cidade do Cabo anunciou que havia realizado o primeiro transplante de coração. O chefe dessa equipa e seu porta-voz era o Dr. Christiaan Barnard (abaixo) que, além das suas qualidades científicas, mostrava também, apesar dos seus 45 anos, umas indiscutíveis qualidades fotogénicas. Durante algumas semanas o interesse mediático científico mundial esteve centrado naquele hospital sul-africano e nos seus boletins clínicos*.
Foi uma excelente projecção pessoal para o Dr. Barnard (abaixo), mas o feito também foi devidamente aproveitado pelo regime sul-africano, já então a sofrer de um progressivo isolamento internacional. Ao contrário dos outros países do continente, a maioria dos quais haviam ascendido recentemente à independência, a África do Sul encontrava-se na vanguarda do conhecimento científico. Paradoxalmente, apesar da sua ascendência africânder, o Dr. Barnard nunca mostrou ser um grande adepto do regime do apartheid.
Christiaan Barnard também se tornou, literalmente, uma figura destacada da imprensa cor-de-rosa através da sua atribulada vida sentimental envolvendo três casamentos intercalados com inúmeros casos que encheram páginas e páginas das revistas da especialidade. A especialidade de Barnard, comentava-se ironicamente, eram todos os assuntos de coração… Sete anos após o transplante podemos observar ainda uma página de uma dessas revistas dedicada a ele (abaixo). Significativo da fluidez da fama assim adquirida, a autora do poste onde encontrei a página não sabe já de quem se trata…
* O primeiro paciente transplantado sobreviveu 18 dias ao transplante, o segundo – que recebeu o coração numa operação realizada em Janeiro de 1968 – sobreviveu 19 meses.
A realidade aproximou-se bastante da ficção quando em Dezembro de 1967 uma equipa médica sul-africana da Cidade do Cabo anunciou que havia realizado o primeiro transplante de coração. O chefe dessa equipa e seu porta-voz era o Dr. Christiaan Barnard (abaixo) que, além das suas qualidades científicas, mostrava também, apesar dos seus 45 anos, umas indiscutíveis qualidades fotogénicas. Durante algumas semanas o interesse mediático científico mundial esteve centrado naquele hospital sul-africano e nos seus boletins clínicos*.
Foi uma excelente projecção pessoal para o Dr. Barnard (abaixo), mas o feito também foi devidamente aproveitado pelo regime sul-africano, já então a sofrer de um progressivo isolamento internacional. Ao contrário dos outros países do continente, a maioria dos quais haviam ascendido recentemente à independência, a África do Sul encontrava-se na vanguarda do conhecimento científico. Paradoxalmente, apesar da sua ascendência africânder, o Dr. Barnard nunca mostrou ser um grande adepto do regime do apartheid.
Christiaan Barnard também se tornou, literalmente, uma figura destacada da imprensa cor-de-rosa através da sua atribulada vida sentimental envolvendo três casamentos intercalados com inúmeros casos que encheram páginas e páginas das revistas da especialidade. A especialidade de Barnard, comentava-se ironicamente, eram todos os assuntos de coração… Sete anos após o transplante podemos observar ainda uma página de uma dessas revistas dedicada a ele (abaixo). Significativo da fluidez da fama assim adquirida, a autora do poste onde encontrei a página não sabe já de quem se trata…
* O primeiro paciente transplantado sobreviveu 18 dias ao transplante, o segundo – que recebeu o coração numa operação realizada em Janeiro de 1968 – sobreviveu 19 meses.
. Isto é tudo do meu tempo de me lembrar rsrsr
ResponderEliminar. Ok. tudo bem, mas o CLOONEY... ai balhamadeus... eu até estava em comprar a máquina do café! rsrsrrs
:))
Como o tempo agora é rápido...Já não se sabe quem foi o C. BARNARD... ou... será que não saber deixou de ser motivo de "incómodo"... e leve a procurar o que não se sabe?
:)
Barnard foi uma personalidade simpática e um pioneiro na sua área.
ResponderEliminarPena foi que, embora nunca se tenha assumido como um apoiante do nazi(!) Vorster, se tenha aproveitado do coração de um negro para operar um branco...
O contrário nunca seria posível.