03 setembro 2017

VIOLÊNCIA POLICIAL E OS VÍDEOS QUE INCENDEIAM AS REDES SOCIAIS


Justificando que nem tudo pode ser o que aparenta quando se fazem comparações entre a China e os Estados Unidos, comparem-se este punhado de vídeos sobre violência policial entre aqueles que mais recentemente incendiaram as redes sociais dos respectivos países. No vídeo de cima, aparece uma transeunte de Xangai que carrega consigo uma criança e que acaba sendo derrubada violentamente pelo agente da polícia, com a criança a cair brutalmente no chão. Explica-nos a notícia que acompanha as imagens que, por muito que a China seja uma ditadura comunista, há uma prática social de contestar as multas de trânsito, que é o que a agredida estará a fazer. As imagens estarão a chocar os chineses.

Em contraste, nos Estados Unidos parece não haver prática de contestar, nem multas de trânsito nem qualquer outra decisão de um agente de autoridade, basta apreciarmos os vídeos que por lá têm por tema a violência policial. Neste outro exemplo acima, bem mais violento, o condutor acaba sendo baleado (e morrer) depois de notificar o agente que levava uma arma consigo. O agente veio posteriormente a ser absolvido, num julgamento em que o juiz a quem originalmente o caso calhara ter sido afastado, por ser... negro (como a vítima). Mas é perante a sanção judicial que se torna interessante apreciar um terceiro vídeo que, como o inicial, chegou há poucos dias às redes sociais.

São as imagens de um agente que as notícias dão por veterano e graduado (tenente) que, perante a relutância e temor de uma condutora em relação à autoridade policial (imagine-se porquê!...), é captado a emitir um comentário que só se percebe a intenção se tiver sido irónico: «...mas você não é preta. Ora (nesses vídeos) nós só matamos os pretos!» O relevante aqui é que o tenente (ainda) não matou ninguém, aquilo de que pode ser acusado é de um senso de humor demasiado pesado, mas entretanto já foi despedido. Por muito paradoxal que possa ser, nestas coisas das relações entre o cidadão e as polícias, eu sinto-me mais próximo dos chineses do que dos americanos.

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