20 novembro 2015

VLADIMIR PUTIN, E A SOLUÇÃO RUSSA PARA VENCER UMA GUERRA SUBVERSIVA

Grozny, Janeiro de 1995. Soldados russos celebram no meio das ruínas dessa antiga capital de uma antiga República Autónoma soviética a sua vitória durante a primeira guerra de secessão da Chechénia (1994-1996). Além de não parecerem incomodados de todo pelo ambiente que rodeia as suas celebrações, os soldados parecem retirar mesmo um certo alento de toda a destruição circundante, numa iconografia que é especificamente russa e forjada nas vitórias do passado em paisagens muito semelhantes às retratadas, casos de Stalinegrado (1943) e de Berlim (1945). Grozny foi depois reconstruída e entretanto tornou-se a travar nova guerra de secessão da Chechénia (1999-2000). Embora tivesse tido um grau de destruição muito inferior à precedente teve o mesmo desfecho da anterior: a vitória militar dos russos. Desde então, o conflito assumiu uma dimensão assimétrica, com as forças independentistas, cada vez mais conotadas com as organizações radicais islâmicas, a recorrerem cada vez mais ao terrorismo. Por isso, quando Vladimir Putin reclama uma certa precedência de intervenção nos assuntos sírios, há que lhe reconhecer a validade dos argumentos. Agora, o que será dispensável é embarcar no efeito potenkinico das suas proclamações para os media. Lá por os norte-americanos não resolverem o problema na Síria, não será o discurso mais musculado do russo que é garantia que o resolverá, como tanto tenho lido, com alguma ingenuidade por aí. Há 20 anos Grozny estava arrasada e os russos celebravam; a actualidade mostra que isso não era a solução do problema...

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