Um avião turco que transportava umas dúzias de adeptos do futebol clube do Porto fez um pouso de emergência para expulsar alguns deles. É um daqueles episódios prosaicos a merecer uma notícia de jornal como o fez, entre outros, o jornal Record: Avião com adeptos aterra de emergência devido a desacatos. Está lá tudo o que de importante havia a saber, se se deduzisse do subtítulo que os adeptos eram portistas. Mas o Record conseguiu publicar cinco notícias sobre o mesmo assunto. Duas horas depois (21:27), alguém, preocupado em minimizar o incidente, soprava ao jornal outra, reduzindo as consequências do mau comportamento dos envolvidos: Adeptos retidos em Roma seguem viagem na Segunda-feira. Entretanto alguém, presumivelmente da claque e menos experimentado gramatical e tecnicamente nestas coisas da comunicação, trabalhava pelo seu lado (21:45): Madureira confirma problemas com hospedeiras (e nós a julgar que os problemas haviam sido com alguns passageiros; afinal foram eles os expulsos do avião...). Três horas e meia depois o mesmo empenhado Madureira ainda vinha explicar os factos, para que o Record os publicasse devidamente: Carrinho de bebidas provocou confusão no avião (todos sabemos como os carrinhos de bebidas se podem tornar ariscos a partir de uma certa altitude...). Enquanto isso, nem um quarto de hora depois, os profissionais do clube, produzindo os tradicionais truísmos noticiosos para acalmar as hostes, patrocinava Avião com adeptos portistas já aterrou em Istambul. Ainda bem, não houvesse alguém que receasse que o avião fosse aterrando e expulsando mais adeptos até que chegasse ao destino sem nenhum...
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