24 de Dezembro de 1946. Como se percebe pela notícia abaixo, já há 75 anos havia a festa do Natal dos Hospitais. Desde sempre promovido pelo Diário de Notícias, realizava-se era em moldes diferentes, e não apenas por causa dos aspectos técnicos das transmissões radiofónicas e televisivas, repare-se pela leitura mais atenta do que se escrevia no Diário de Lisboa como escasseavam no texto as referências pelo nome às inúmeras individualidades que se haviam associado à iniciativa. Descontado o subsecretário de Estado da Assistência, o director de um serviço de oftalmologia de um dos hospitais e a três enfermeiras que haviam «colaborado na organização da festa», mais ninguém aparece nomeado. Aparentemente, a notícia da festa, que se desdobrava pelos vários hospitais de Lisboa concentrava-se no bem estar dos doentes. Os artistas aparecem no princípio do artigo e são «quinhentos». E é só. Mas, nos meus tempos de infância, já se tornara obrigatório lá aparecerem, porque eram eles que dominavam as atenções do evento, em disputas que se adivinhavam, mais do que se sabiam, sobre a ordem de entrada no palco. Nos dias que correm, perdido até esse pudor e para que se perceba como se terá tornado o ambiente, a Joana Marques outro dia apresentou um dos seus programas sob o título «Natal dos Hospitais sem Leandro». (Leandro notabilizou-se por se ter recusado a actuar no Natal dos Hospitais, por discordar da hora que lhe coubera para aparecer...)
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