«Rui Rio decidiu, através da sua comissão política, recusar a coligação com o CDS». Não, não foi Rui Rio que decidiu, foi a comissão política nacional do PSD que decidiu. Se Rui Rio decidisse isolada e não colectivamente, se Rui Rio tivesse os órgãos directivos do PSD "no bolso", então nem sequer tinha havido congresso nem eleições directas. Convém que Rui Ramos se recorde, ao menos, das parangonas atrasadas do jornal onde escreve: «Rio volta a perder e não consegue destrunfar Rangel em Conselho Nacional à "moda antiga"». E, pouco mais adiante, lá volta Rui Ramos à sua relação assaz incómoda com os factos, escrevendo: «Rio erradicou ainda das suas listas os que estiveram com Paulo Rangel». Não, não erradicou, porque eu fui fazer aquilo que Rui Ramos devia ter feito antes de transcrever acefalamente as queixas dos derrotados das directas - consultar as listas de candidatos a deputados aprovadas - e, mesmo como leigo, consigo identificar pelo menos meia dúzia de apoiantes de Rangel em lugares elegíveis. Mas o que me interessa destacar é que estas aldrabices são apenas as constantes das primeiras cinco linhas visíveis do artigo de opinião de Rui Ramos de hoje no Observador, mesmo assim à cadência impressionante de uma aldrabice por cada duas linhas e meia de artigo. À medida que a tinta se desvanece e que a publicação nos convida, por baixo a assiná-la para se poder ler o resto da opinião de Rui Ramos, ocorre-me o comentário, naturalmente sarcástico: «não se está mesmo a ver, eu pagar para poder descobrir com mais detalhe uma opinião que começou baseada em factos alternativos?...»
Bom post.
ResponderEliminarSegundo ouvi na própria Rádio Observador (que é insuspeita de simpatia para com Rui Rio), somente 40% dos atuais deputados afetos a Rangel foram retirados das listas. O que é, a meu ver, pouco. E a decisão do PSD foi coletiva, não foi pessoal de Rio.
Agradeço, surpreendido, o elogio, Lavoura. Contudo, mais do que o elogio que me endereça e de o meu poste ser bom, o relevante é que o artigo de opinião do Rui Ramos é bastante MAU, porque descaradamente mentiroso. Como o Lavoura escreveu, a decisão foi colectiva e, por exemplo, Fernando Negrão (2º em Setúbal), Alexandre Poço (10º em Lisboa) ou João Moura (2º em Santarém), foram apenas alguns dos apoiantes de Rangel que sobreviveram à pretensa «erradicação» mencionada por Rui Ramos.
EliminarFossem as circunstâncias outras e tivesse a história evoluído noutro sentido, e não tenho qualquer dificuldade em imaginar o mesmo Rui Ramos a enaltecer a ENORME RENOVAÇÃO que as listas a candidatos a deputados do PSD haviam sofrido!