Depois daquele magnífico episódio protagonizado há oito anos por Paulo Portas, que se demitia de forma irrevogável, e que depois não, a sociedade portuguesa parece ter adquirido uma concepção muito fluída do que é uma demissão. Acompanhando os títulos que o Observador tem vindo a publicar consecutivamente ao longo deste último mês a respeito dos «chefes de equipa de urgência do hospital de Santa Maria», já fomos informados que eles anunciavam a demissão a 10 de Novembro. Anunciavam mas não se demitiam, já que isso só o fizeram a 22 de Novembro. Fizeram-no mas deixaram de o fazer, porque se iam manter no cargo, a 30 de Novembro. E hoje, 2 de Dezembro, voltaram a demitir-se. Isto é tão caricato que só me ocorre perguntar se, nesta última repetição das demissões, as vão passar na televisão em câmara lenta, assim como fazem com os golos no futebol...
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