Jornal de 2 de Dezembro de 1941. Quem lesse estas notícias aperceber-se-ia facilmente como a situação se mostrava extremamente tensa em todos os países da orla do Pacífico. O destaque ia para a Malásia e para as disposições adoptadas pelo seu governador, que sediava em Singapura, mas também havia mais notícias, de uma outra colónia britânica, Hong-Kong, de uma colónia holandesa, as Índias Orientais (a moderna Indonésia), de uma colónia americana, as Filipinas, daquilo que se presumia que o Sião (actual Tailândia) faria em caso de invasão japonesa, notícias ainda de reuniões extraordinárias dos governos nipónico e australiano. Todo este panorama desmente totalmente a narrativa de que os Estados Unidos foram completamente apanhados de surpresa com o ataque a Pearl Harbor que virá a ocorrer dali por cinco dias. Ou então, se foram realmente apanhados de surpresa como agora se conta (abaixo), foram-no por sua própria responsabilidade e a negligência de não conceberem que um ataque como aquele que os japoneses efectuaram fosse possível. A verdade é que, como se lê acima nas notícias então oriundas de Manila, haviam sido «canceladas as licenças às tropas americanas nas Filipinas». E isso não impediu que, também nas Filipinas, no dia fatídico, e como já aqui descrevi no blogue, os americanos também tivessem sido apanhados de calças na mão. A propaganda americana conseguiu dar a volta (depois!) ao que foi (na altura) um grande fiasco de atenção dos seus dispositivos de defesa.
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