Na época em que a fotografia foi tirada não eram conhecidos por jovens colaboradores, mas sim por breaker boys, operários entre os oito e os doze anos que faziam a triagem e separavam as impurezas do carvão extraído, à saída da mina. O recurso a colaboradores tão jovens só foi abolido na década de 1920 e sobretudo devido à imposição de leis muito estritas proibindo o trabalho infantil. A Pennsylvania Coal Company cessou a sua actividade na primeira metade da década de 1970. A expressão colaborador, contudo, só veio a merecer repercussão no século XXI, substituindo empregado, funcionário ou trabalhador, enfatizando subtilmente o empenho de quem trabalha e subentendendo, a partir desse brio, um voluntarismo e uma consonância que diluísse a conflitualidade das duas partes na empresa: trabalhadores e patrões. É verdade que as duas partes querem ver a empresa a funcionar mas, a partir daí, e a começar pelas relações de poder que se formam para que a empresa esteja aberta, o co-interesse das partes é uma pura conversa de chacha. No seu tempo, mesmo putos como estes da foto acima estiveram envolvidos em várias greves das minas de carvão.
Nem mais. Nem imagina como me encanita o uso da palavra "colaborador" nos tempos que correm. "Conversa de chacha", como afirma, para não dizer "conversa de merda".
ResponderEliminarÉ, de facto, "conversa de merda". Assim como, quando aparecem os directores de pessoal a repetirem estes mesmos eufemismos com um ar muito compenetrado, me apetece mandá-los a "esse mesmo lado".
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