Esta fotografia, originária dos Estados Unidos há cem anos, mostra-nos um automóvel eléctrico a ser recarregado. Trata-se de um Detroit Electric, um dos da dezena de milhar construídos na década de 1910-20. Tinha uma velocidade máxima de 30 km/h e uma autonomia de 130 km. A sua existência serve-nos de lembrete que durante as primeiras décadas da história do automóvel houve uma grande disputa e indecisão quanto ao processo ideal de motorização. Em 1900, nos Estados Unidos, 40% dos 4.200 veículos vendidos eram movidos a vapor (como os comboios), 38% eram-no a electricidade e só 22% é que usavam os motores de combustão interna que se vieram a impor posteriormente. Foram circunstâncias técnicas e económicas que vieram a fazer prevalecer os motores a gasolina (e gasóleo). O charme que tem presidido ao lançamento de viaturas eléctricas por quase todas as marcas automóveis no século XXI, esquece-se de mencionar o detalhe de que não se trata de uma tecnologia verdadeiramente nova; é apenas uma tecnologia que já havia sido explorada e descartada nos primórdios do desenvolvimento automóvel e que agora, por razões completamente outras - e que não são apenas as ambientais... - se pretende forçar o ritmo de desenvolvimento.
As coisas que eu desconheço!
ResponderEliminarJá conhecia esta história. Também demonstra como as “soluções do mercado” não são inevitabilidades ditadas por fenômenos naturais. Os mercados são construções humanas artefactos manufacturados pela nossa sociedade.
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