29 de Março de 1990. Nos trabalhos de revisão constitucional, os grupos parlamentares dos partidos checos e eslovacos não conseguem chegar a um entendimento quanto à designação do seu próprio país: Checoslováquia ou Checo-Eslováquia? Do desacordo, que subsistia latente desde a queda do regime comunista, irá nascer aquilo que virá a ser designado ironicamente pela Guerra do Hífen (Pomlčková válka em checo, Pomlčková vojna em eslovaco), uma guerra felizmente não muito sangrenta, mas intensa e pouco fraterna, entre as duas nacionalidades constituintes de um país em que até havia celeuma quanto à forma como se havia de auto designar - um muito mau sinal quanto às perspectivas da sua coabitação. No curto prazo, o problema foi solucionado com a adopção da designação República Federativa Checa e Eslovaca. Era uma solução que tinha a vantagem de ser um pontapé democrático na gramática de qualquer das duas línguas. No longo prazo, a questão do hífen era apenas uma dos detalhes - apreciado até com algum humor pela comunidade internacional - das dificuldades das duas nacionalidades em construírem um projecto comum. Tudo viria a culminar com o divórcio de veludo em 1 de Janeiro de 1993.
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