21 de Março de 1960. Dia do massacre de Sharpeville na África do Sul. A seu respeito pode dizer-se o mesmo que aqui escrevi por ocasião do 60º aniversário do massacre do Pidjiguiti na Guiné: «não nos podemos esquecer que estes episódios violentos terão sido, mais do que provavelmente, apenas os publicitados de uma longa lista deles, desconhecidos, que forçosamente acompanharam a implantação do regime (neste caso do apartheid) ao longo de décadas». Mas também ali recordo como todos estes episódios «foram explorados de forma muito semelhante para efeitos de propaganda: o contexto das reivindicações (normalmente laborais) é deturpado, o papel das organizações dirigentes é retocado, enquanto o número de vítimas é inflacionado». No caso de Sharpeville e como excepção, o número de vítimas é rigoroso e costuma ser secundarizado o facto de que a organização que estava por detrás dos protestos era o PAC (Pan Africanist Congress of Azania), uma dissidência do hegemónico e agora omnipresente ANC (African National Congress), que se apropriou da data. Quanto ao vídeo que inseri acima é uma recriação de um filme de 2013.
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