A política britânica é que é muito conhecida pelas atitudes de desafio como a acima protagonizada por Pedro Passos Coelho há precisamente quatro anos, contava então o governo da geringonça com uns escassos três meses de funções. Mas a diferença substancial que nos separa dos britânicos é que estes costumam cobrar estas proclamações: ainda recentemente (2015), um político britânico que prometera «comer o chapéu» se os resultados do seu partido fossem tão maus quanto as previsões, no dia seguinte foi confrontado na entrevista televisiva com um chapéu para comer (abaixo). Pela expressão do visado (Paddy Ashdown), vê-se o quanto o ridículo a que o protagonista se expõe costuma funcionar como dissuasor à proclamação fácil destas fanfarronadas. Em Portugal e a este respeito somos um país de enconados. Corre por aí a história de um senhor que se passeia sem ponta de vergonha (Vasco Rato) e que terá prometido que se despia, em pleno Rossio ao que parece, se se não encontrassem armas de destruição maciça no Iraque. Como se depreenderá, isto já foi há mais de quinze anos, não havia mesmo armas de destruição maciça e a caricata promessa continua por cumprir. A promessa acima de Pedro Passos Coelho só tem quatro anos (1 de Março de 2016) e não envolve gestos tão ousados quanto um strip tease, mas também continua por cumprir: não dei por ele a fazer campanha em Outubro passado. Não dei por ele a fazer campanha pelo PS, nem pelo PCP, nem pelo Bloco,... nem tão pouco pelo PSD.
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