Este tempo novo de videoconferências a partir da casa de cada um também tem vindo a revelar as vicissitudes da aprendizagem dos novos modelos de comportamento. No caso do vídeo acima, a participante que aparece do lado esquerdo da imagem, ao centro, aproveitou para ir fazer uma coisa que normalmente exigiria a sua ausência da reunião mas que, neste caso, ela pôde resolver sem perder pitada do que está a ser dito. Porém, teria convido que a Jennifer tivesse desligado a câmara do seu computador, evitando que os restantes conferencistas compartilhassem os detalhes da sua ida à casa de banho... Mas engana-se quem deduzir, maliciosamente, que o título deste poste (a «tua» e a «minha»...) se refere às partes mais privadas da anatomia dos(das) videoconferencistas: estou-me a referir a bibliotecas...
E estou-me a referir a elas porque as bibliotecas passaram a servir de cenário às videoconferências teledifundidas em que se transformaram os vários programas de opinião nesta época da pandemia. Pelo menos, pareceram ter sido o cenário predominante durante a primeira semana da nova moda. Veja-se o exemplo acima, captado do programa Sem Moderação do Canal Q da semana transacta, em que, dos quatro participantes costumeiros, apenas Pedro Delgado Alves destoa do padrão. (Um comentário colateral para a atitude descuidada e descarada de José Eduardo Martins, a olhar para os sms do seu telemóvel enquanto outro fala, atitude que não o veríamos a ter se a reunião fosse presencial...) Porventura a coincidência dever-se-á ao facto de que a maioria dos computadores estão instalados nos escritórios lá de casa.
Mas isso não obstou a que a coincidência de quase todos apareceram na televisão com a biblioteca por detrás viesse a ser gozada amplamente pelas redes sociais, um gozo a um ridículo que, esse, há muito estava instalado entre nós, lembremo-nos das fotografias institucionais que acompanhavam qualquer entrevista a Vasco Pulido Valente... Seja como for, esta semana, Daniel Oliveira, quiçá por ser dos participantes no Sem Moderação aquele que é mais sensível à moda e às opiniões das redes sociais, mudou o cenário que exibe por detrás de si: cartazes; ainda intelectual, mas menos convencional. Pedro Delgado Alves pespegou-se agora à frente do que parece ser um piano. Mas o mais genuíno de todos é mesmo Jorge Coelho na Circulatura do Quadrado, que tem um décor por detrás que é o que mais se adequa ao que sabemos ser a densidade intelectual da pessoa...
pode ser revelador densidade, mas estou mais inclinado a dizer que está a videoconf a partir da sua queijaria.
ResponderEliminarSaberá o comentador anónimo mais do que eu, dos lugares mais acomodados de que disporá Jorge Coelho para emitir as suas opiniões. Mas não deixo de achar curiosamente simbólico que se trate de uma queijaria. Pois não é o queijo reputado por induzir ao esquecimento? E Jorge Coelho esquece-se de tanta coisa... Outro dia, falou-se naquele programa da TAP, e não é que Jorge Coelho em toda a gravidade do estatuto de antigo ministro com a tutela da empresa, se esqueceu de mencionar aquele colossal fiasco que foi a fusão da TAP com a Swissair?...
ResponderEliminarEsqueceu-se ele... e esqueceu-se Carlos Andrade que também deve comer os queijos oferecidos pelo Jorge Coelho.