29 de Abril de 1968. Há precisamente cinquenta anos a peça musical Hair estreava-se na Broadway. Tornar-se-á na expressão emblemática da cultura hippie, um fenómeno de contracultura que viajará dos Estados Unidos para o resto do mundo Ocidental, mas que cá pela Europa se expressará em formatos diferentes, nomeadamente afectado pelos acontecimentos de Maio de 1968 de Paris. Cá em Portugal, havia imensa peace (as guerras em África acompanhavam a do Vietname), algum love, mas sobretudo imensa militância: tinha de se ser de extrema esquerda, e quanto mais extrema melhor... A história de Hair é a de uma tribo nova-iorquina que vive de acordo com a filosofia de vida hippie. Como todos os movimentos com estas características, os hippies também tinham a certeza que o futuro lhes pertencia, e que a prevalência das suas razões viria a ter lugar com a chegada da Era do Aquário - daí a razão do título do poste e da primeira canção da peça (Aquarius), que abaixo se pode apreciar na versão em filme, realizada em 1979 pelo recém falecido Milos Forman. Significativo do que a sociedade mudara nesses onze anos, existem diferenças importantes de enredo da versão teatral para a cinematográfica. Mas, mais distinto ainda nestes cinquenta anos entretanto transcorridos, é aquilo que se pode apreciar na coreografia da cena abaixo, parece que saída de um outro século (que é!), parece saída de uma outra cultura que não a Ocidental, parece vinda de um outro planeta.
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