Oportunamente editado para coincidir com o centenário da batalha de La Lys, o melhor do livro é a discrição das relações entre portugueses e britânicos, embora a evocação e a importância atribuída às influências da Guerra Peninsular nas relações conflituosas entre os dois comandos se apresente como uma associação engraçada, mas que se percebe despropositada. Cem anos é muito tempo. Se em 2018 a importância do que aconteceu em 1918 é diminuta, é óbvio que também em 1918 a importância do que acontecera em 1814 o seria. Mas é um bom livro, a merecer a leitura, a que acresce o benefício de coincidir com a esta recente controvérsia de não nos associarmos à hostilidade para com os russos por causa dos britânicos: este foi um excelente exemplo de como, para lá dos lirismos da mais antiga aliança, as nossas relações com os britânicos funcionaram, numa ocasião de conflito mundial em que nos precisámos reciprocamente. E se se descobre neste livro que os britânicos não levavam - fundamentadamente - em grande conta o profissionalismo dos nossos oficiais, é reconfortante perceber que, lhes tomou tempo, mas que os britânicos chegaram tardiamente à compreensão que o profissionalismo dos oficiais deles também deixava imenso a desejar...
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