19 de Abril de 1956. Neste dia de há 62 anos tinha lugar uma das mais bem sucedidas operações de promoção da segunda metade do século XX: o casamento do príncipe Rainier III do Mónaco com a actriz (norte-americana) Grace Kelly. Era a história vivida da gata borralheira - embora a gata no caso fosse bem pouco borralheira... Enfim, os ingredientes da história estavam todos lá, o príncipe e a corista, com o adicional de que o evento, por causa da nacionalidade da noiva, concitar o interesse de audiências dos dois lados do Atlântico. O casamento de um monarca que reina sobre uma pequena vila deu para despertar a preciosa atenção da maioria da comunicação social mundial para um local que precisava desesperadamente dela porque, por causa do seu casino, vivia do turismo de luxo (abaixo). Entre os micro estados da Europa, o Mónaco (que hoje tem 38.000 habitantes) supera em notoriedade (de longe!) o Liechtenstein ou São Marino, que têm populações semelhantes, ou mesmo Andorra, que alberga o dobro dessa população. O Mónaco até já ganhou o Eurofestival da Canção em 1971, feito que Portugal só conseguiu em 2017. Outra prova do sucesso consolidado que o evento de há 62 anos desencadeou é o interesse que as vicissitudes entre os membros da família reinante local mantém entre a imprensa da especialidade. Nesta imprensa não é costume (nem se considerará elegante) fazer comparações de índole económica, demográfica, militar ou outra, notando, nomeadamente, que a monarca do Reino Unido tem quase duas mil vezes mais súbditos que o monarca do Mónaco. Só que em valor jornalístico, a contabilidade é outra e reconheça-se as fofocas sobre Kate Middleton, embora mais apetecíveis e sumarentas, não valem duas mil vezes as que se publicam sobre a princesa Caroline...
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