Atribui-se ao francês Mirabeau (1749-1791) a frase supra, referindo-se ao comportamento distinto da Prússia de Frederico II no concerto europeu do século XVIII. Dei por mim a pensar numa analogia com a política portuguesa do século XXI. Enquanto a tradicional preconizava que eram os partidos políticos que protagonizavam os interesses e a ideologia que os fazia interferir na linha editorial dos órgãos de comunicação, o Observador, como a Prússia de outrora (e com José Manuel Fernandes no papel de Frederico II!), veio revolucionar esse conceito ultrapassado: agora é o próprio órgão de informação que pretende melhor interpretar os interesses em disputa, quer assumir uma vontade própria, manifestar uma ideologia, e é ele que, pelo contrário, se dispõe a interferir na actividade interna dos partidos políticos. Se na Prússia era o exército que tomara conta do Estado, aqui é o jornal que quer tomar conta do Partido - descaradamente e nos tempos mais recentes, para o Observador parece haver um PSD bom e um PSD mau e quem decide qual é o qual, são os ideólogos da publicação on-line, e não propriamente o voto dos militantes do partido.
Será isso que torna pertinente mascarar José Manuel Fernandes de general prussiano com o tradicional pickelhaube e que também fará com que se possam ler nas redes sociais verdadeiros desabafos de alma como este que passo a citar do facebook: «A única oposição ao Governo dos discípulos de Sócrates é o Observador! O resto é paisagem !». O pretexto foi esta Ordem de Serviço (ou Proclamação às Tropas) de Fernandes a respeito da redução do défice, mas é claro que proclamações um pouco futebolísticas do género que se pode ler acima ,podem ser complementadas com outras que as levem às últimas consequências: «O Observador ao poder! José Manuel Fernandes a 1º ministro! Helena Matos com a Administração Interna e Helena Garrido com as Finanças! Há é uma certa dificuldade para arranjar pastas adequadas para João Carlos Espada e João Marques de Almeida...
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