Estas afirmações assertivas acima, retiradas de uma entrevista que Ana Catarina Mendes deu hoje ao jornal Público têm a sua volatilidade. Recorde-se como, no passado, Fernando Teixeira dos Santos fora um activo muito importante para as eleições de Setembro de 2009 (deputado eleito em 2º lugar nas listas do PS pelo círculo do Porto), para se tornar menos de dois anos depois num passivo muito importante, quando das eleições de Junho de 2011 (acima). Longe vá o agouro, mas um ministro das Finanças pode passar de bestial a besta em muito pouco tempo. Mas, mesmo em caso de sucesso continuado, ele há depois as consequências (também já testadas no passado) do «Efeito Carlos Queiroz». Explique-se em que consiste este último: há que recuar até 1989 e à conquista do primeiro título Mundial da selecção de juniores de futebol em Riade, na Arábia Saudita. O treinador era Carlos Queiroz, que, não se duvidando da sua competência, foi endeusado na altura como agora o é Mário Centeno. Dois anos depois o campeonato foi disputado em Lisboa. E nessa altura já se notava que havia um esforço deliberado da Federação para anular o vedetismo de Carlos Queiroz, realçando o papel dos seus dois adjuntos, Nelo Vingada (abaixo) e Rui Caçador. Revelara-se contraproducente estar preso à imagem de uma vedeta em actividades em que tudo depende afinal da coesão do trabalho de uma equipa... Agora também os gloriosos resultados do défice são da responsabilidade de Centeno, mas não são apenas da responsabilidade de Centeno e conviria que Ana Catarina Mendes, cautelosamente, tivesse tudo isso em consideração quando promove tão exuberantemente o actual ministro das Finanças.
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