Em princípios de Abril de 2012 e para promoção de um livro seu denominado "Olhos nos Olhos" (com o mesmo título de um programa televisivo), Henrique Medina Carreira dispôs-se a fazer um circuito de entrevistas promocionais por várias publicações, entrevistas essas onde mantinha o aspecto tremendista-apocalíptico das suas análises e previsões, que se haviam tornado a sua imagem de marca televisiva. Havia uma audiência cativa do seu género de discurso do bota-abaixo - não façam como eu digo, não, que vão ver o que vos acontece... Nesta entrevista ao jornal i, inserida nesse rodízio promocional, de que só guardei esta imagem com o título e destaque, mas que infelizmente, hoje, o próprio jornal já não disponibiliza (e é pena!), o nosso bem conhecido - e saudoso - profeta do colapso eminente de tudo - economia, finanças, you name it... - anunciava para dali a seis anos o colapso do Estado Social - a não ser que se fizesse como ele dizia, o que nunca aconteceu, fosse qual fosse a natureza do governo em funções (nesta época concreta era o de Pedro Passos Coelho com Vítor Gaspar nas Finanças). Pois bem, já cá chegámos aos dali a seis anos e ao tal colapso, embora infelizmente sem a presença do profeta, falecido em Julho de 2017 aos 86 anos, nove meses antes da data fatídica do prognosticado colapso do Estado Social. E, a não ser que o ministro Vieira da Silva guarde um segredo muito bem guardadinho, chegamos a essa data fatídica sem vislumbre do tal colapso do Estado Social. Ou, pelo menos e como diria Abraracourcix, a propósito da possibilidade de que o céu lhes caísse, aos gauleses, em cima das cabeças: «Amanhã não será a véspera desse dia!» Todavia e apesar de tudo, estou convicto que, nem mesmo assim, para algumas outras cabeças, que não de gauleses mas excessivamente crédulas também, nem mesmo assim, repito, o episódio terá servido, retroactivamente, de lição.
Sem comentários:
Enviar um comentário