Eu tinha um amigo, o José Carlos, que, nos princípios dos anos 80, era um ouvinte e fã incondicional do Rock em Stock, um programa que passava na Rádio Comercial, apresentado por Luís Filipe Barros. Era de um entusiasmo tal que chegava aos limites do religioso o rigor com que acompanhava semanalmente o top donde constavam os singles e os LPs mais votados pelos ouvintes, cuja classificação e evolução anotava conscienciosamente.
Um certo dia, descobriu-o descoroçoado e desiludido: a parcialidade do apresentador em prol de certos grupos, de há muito suspeitada, revelara-se em todo o seu esplendor quando interrompera a transmissão de um top (oh, heresia!...) para passar um disco de um dos grupos protegidos, os Devo, que acabara justamente de chegar… Uma m…. de disco ainda por cima! Mais céptico e menos entusiasta por rock do que ele, lá fiz o que pude para o consolar…
Evoca-se-me este episódio sempre que me deparo com concursos em que os animadores dos mesmos, passando por animá-los, levantam as suspeitas de os querer animar em favor de alguns concorrentes. Já passaram mais de 25 anos e mesmo aquele meu amigo, que era um pouco ingénuo, logo ali ganhou a maturidade para deixar de acreditar no rigor e seriedade dos entusiasmos e animações do Luís Filipe Barros…
A idade madura tornou-nos a todos ainda mais precavidos e, seja qual for o concurso e, por exemplo, por muito que queira acreditar que o Pedro Correia possa ser um bom rapaz animado, não há boa reputação que substitua a visão tranquilizadora daquelas tradicionais expressões bisonhas dos representantes do governo civil que apareciam antes do sorteio do totoloto para nos transmitirem a sensação que aquilo é coisa séria, em que podemos confiar…
Já chegou a classificação que o LP dos Devo atingiu na semana seguinte…
Evoca-se-me este episódio sempre que me deparo com concursos em que os animadores dos mesmos, passando por animá-los, levantam as suspeitas de os querer animar em favor de alguns concorrentes. Já passaram mais de 25 anos e mesmo aquele meu amigo, que era um pouco ingénuo, logo ali ganhou a maturidade para deixar de acreditar no rigor e seriedade dos entusiasmos e animações do Luís Filipe Barros…
A idade madura tornou-nos a todos ainda mais precavidos e, seja qual for o concurso e, por exemplo, por muito que queira acreditar que o Pedro Correia possa ser um bom rapaz animado, não há boa reputação que substitua a visão tranquilizadora daquelas tradicionais expressões bisonhas dos representantes do governo civil que apareciam antes do sorteio do totoloto para nos transmitirem a sensação que aquilo é coisa séria, em que podemos confiar…
Já chegou a classificação que o LP dos Devo atingiu na semana seguinte…