18 julho 2006

OS AYATOLLAHS DO OUTRO LADO

Marcou-me a forma como decorreu o debate sobre o interminável conflito israelo-árabe no último Expresso da Meia-Noite, da passada Sexta-Feira. Pela fragorosa parcialidade pró-israelita de uma das intervenientes (a pedir a comparência, para equilibrar, do inolvidável José Goulão) e pela forma como, graças a ela, activamente, e aos moderadores, passivamente, a conversa se centrou nas aberrações constantes dos estatutos das organizações radicais islâmicas.

Nunca é demais realçar o radicalismo e os propósitos extremistas de organizações como o Hamas ou o Hezbollah, o que foi feito ao longo daquele programa, e muito bem, no meu entender. O problema foi a quase absoluta ausência de menções ao radicalismo do outro lado do conflito – porque um conflito sempre se faz do choque de interesses de duas partes… – que teria ajudado o espectador a compreender porque é que a obtenção de um compromisso se torna assim tão difícil.

Simbolicamente, posso sugerir – embora à posteriori – que a situação poderia ter sido muito bem representada pelo mais que provável conversa de surdos entre a indefectível apoiante de Israel, Manuela Franco (suponho ser este o seu nome), e José Goulão, um valor seguro no que diz respeito ao facciosismo pró-árabe. Da forma que decorreu, até parece que as aberrações intelectuais repousam todas do lado dos árabes, nomeadamente do seu clero, o que é apenas uma face da verdade.

Procurando corrigir isso, modestamente, este blogue procura demonstrar que existem aberrações também do outro lado, juntando aqui uma ligação para um excelente e esclarecedor artigo de William Kristol, provavelmente o guru mais proeminente dos neo-conservadores norte-americanos, que escreve na The Weekly Standard da semana, considerando que esta guerra é a nossa (deles) guerra, que Bush devia ir para Jerusalém e que os Estados Unidos deviam confrontar o Irão

Deixem-me confessar-vos a minha antipatia pelos radicalismos, sobretudo pelo islâmico, mas também a minha defesa de uma informação equilibrada É que deve haver tempos de antena equilibrados para os malucos dos dois lados…

2 comentários:

  1. Não me diga que essa senhora Manuela Franco era a ex-Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros da Tété Gouveia...
    essa senhora é conhecida no MNE pelo seu sionismo histérico, bem como pelo seu "apego" à casa, marcado por longas licenças sem vencimento e para fins "académicos".
    Estranhamente, a criatura encontra-se no serviço activo (ao contrário de outro personagem da mesma escola, a famosa Ana Gomes), pelo que se estranha esses unilateralismos de uma diplomata portuguesa (e não israelita...)

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  2. Vou começar a comprar o "The Weekly Standard"!
    "Bush devia ir para Jerusalém", se calhar porque não foi para o Vietname e "os Estados Unidos deviam confrontar o Irão" porque o Iraque não lhes chega...
    Nem o "Gato Fedorento" tem tanta piada!!!

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