Por múltiplas vezes, as nossas televisões passaram-nos cenas captadas no Médio Oriente, onde crianças, pertencentes possivelmente às organizações juvenis das milícias árabes radicais, desfilavam com armas de brincadeira ou mesmo verdadeiras, numa espécie de demonstração grotesca de militância.
Não sou dos que pensam que as réplicas de armas excitam a violência das crianças, tenho até quem assim pensa em pouca consideração e, mais do que isso, sou suspeito porque, como antigo aluno do Colégio Militar, também eu quando era jovem desfilei de espingarda ao ombro.
Mesmo considerando completamente distintas o carácter benigno com que se realizam aqueles desfiles entre nós e o carácter propagandístico dos das crianças das organizações radicais, continuo a considerar estes últimos num limiar de uma farsa de um gosto duvidoso, a que não sou sensível. Conforta mais os apoiantes do que atemoriza os oponentes.
Não consigo é arranjar explicação para a fotografia recente da AFP, que encima este post, que retirei do jornal The Australian. A legenda diz: raparigas israelitas escrevem mensagens em inglês nas granadas prontas para serem disparadas para alvos do Hezbollah, no sul do Líbano.
Não me quero fazer passar por ingénuo, parecer que me excedo na minha indignação, mas confesso a minha curiosidade sobre qual poderão ser os conteúdos das mensagens que as miúdas da idade que a fotografia mostra poderão escrever numa munição real que elas possivelmente sabem que se destruirá quando atingir o alvo.
E também me intriga que pensamentos poderão ter cruzado o espírito dos adultos que lhes facultaram o acesso às munições e a um passatempo que as miúdas acharão decerto tão recreativo. Assim como me interessará especular sobre os pensamentos que terá tido o fotógrafo que tirou aquela fotografia.
Ora os israelitas assentam quase toda a sua manobra mediática mundial na mensagem essencial que Israel é o país que, no Médio Oriente, defende a civilização ocidental contra a barbárie asiática. Por isso e para isso, estão constantemente a acenar aos países ocidentais pela nossa compreensão e simpatia pela sua causa.
Contudo, no Ocidente, mesmo nas guerras mais fratricidas, não tenho conhecimento de nenhum episódio vagamente semelhante ao acima retratado. Suspeito até que ele seria vigorosamente criticado. Crianças alemãs a escreverem mensagens em bombas que cairiam sobre Londres, por exemplo, é algo que parece perfeitamente impensável. Como o reverso também.
Associar crianças aos actos de guerra sempre foi tabu na civilização ocidental. As crianças soldado são aberrações de milícias de países de terceiro mundo. E é por causa destas imagens que os europeus vão ficando dos israelitas com uma imagem gradual e subtilmente cada vez mais alienígena… Tão alienígena quanto a imagem de árabes que usam bombistas adolescentes que se explodem...
Não sou dos que pensam que as réplicas de armas excitam a violência das crianças, tenho até quem assim pensa em pouca consideração e, mais do que isso, sou suspeito porque, como antigo aluno do Colégio Militar, também eu quando era jovem desfilei de espingarda ao ombro.
Mesmo considerando completamente distintas o carácter benigno com que se realizam aqueles desfiles entre nós e o carácter propagandístico dos das crianças das organizações radicais, continuo a considerar estes últimos num limiar de uma farsa de um gosto duvidoso, a que não sou sensível. Conforta mais os apoiantes do que atemoriza os oponentes.
Não consigo é arranjar explicação para a fotografia recente da AFP, que encima este post, que retirei do jornal The Australian. A legenda diz: raparigas israelitas escrevem mensagens em inglês nas granadas prontas para serem disparadas para alvos do Hezbollah, no sul do Líbano.
Não me quero fazer passar por ingénuo, parecer que me excedo na minha indignação, mas confesso a minha curiosidade sobre qual poderão ser os conteúdos das mensagens que as miúdas da idade que a fotografia mostra poderão escrever numa munição real que elas possivelmente sabem que se destruirá quando atingir o alvo.
E também me intriga que pensamentos poderão ter cruzado o espírito dos adultos que lhes facultaram o acesso às munições e a um passatempo que as miúdas acharão decerto tão recreativo. Assim como me interessará especular sobre os pensamentos que terá tido o fotógrafo que tirou aquela fotografia.
Ora os israelitas assentam quase toda a sua manobra mediática mundial na mensagem essencial que Israel é o país que, no Médio Oriente, defende a civilização ocidental contra a barbárie asiática. Por isso e para isso, estão constantemente a acenar aos países ocidentais pela nossa compreensão e simpatia pela sua causa.
Contudo, no Ocidente, mesmo nas guerras mais fratricidas, não tenho conhecimento de nenhum episódio vagamente semelhante ao acima retratado. Suspeito até que ele seria vigorosamente criticado. Crianças alemãs a escreverem mensagens em bombas que cairiam sobre Londres, por exemplo, é algo que parece perfeitamente impensável. Como o reverso também.
Associar crianças aos actos de guerra sempre foi tabu na civilização ocidental. As crianças soldado são aberrações de milícias de países de terceiro mundo. E é por causa destas imagens que os europeus vão ficando dos israelitas com uma imagem gradual e subtilmente cada vez mais alienígena… Tão alienígena quanto a imagem de árabes que usam bombistas adolescentes que se explodem...
Também aberrantes são os posts do famoso Gorjão... ainda se atreve a falar dos três soldados israelitas (isto depois da morte de duzentos civis libaneses e da fuga de cerca de 500.000 roça a obscenidade...) e acusa o Líbano de ser um "failed state". Será por culpa de quem? É que o Líbano já era um Estado antes de existir o "Estado de Israel"... Há 70 anos, não eram falhados, antes pelo contrário...
ResponderEliminarSinceramente, não tenho essa opinião que os posts de Paulo Gorjão sejam como os qualifica – o Paulo Gorjão perdoar-me-á o facto de comentar os posts dele aqui, mas como no Bloguítica não tem sítio para os comentar… – apenas considero que, por vezes, simplifica em demasia a complexidade das várias posições de quem dele discorda num tema de fundo.
ResponderEliminarConto-me entre os que criticam em diversos aspectos a actuação de Israel e considero as posições de PC e BE – como Paulo Gorjão – um folclore inconsequente. E também não o emparceiro com as opiniões extremadas de William Kristol...
Até posso imaginar o texto:
ResponderEliminar"Love and peace - kisses".