13 julho 2006

A NOVA LEI DE TALIÃO (2)

Cada vez mais Israel parece estar a ficar amarrado à lógica retaliatória excessiva que instituiu na sua luta contra os palestinianos, em geral, e o Hamas, em particular. Depois da ameaça de matar o primeiro-ministro da autoridade palestiniana em retaliação pelo rapto e eventual execução de um soldado israelita, ficam os israelitas postos em brios se não fizerem nada de mais grandioso no caso do rapto recente de mais dois soldados israelitas. Vai daí, invadem o Líbano.

Depois de um e, a seguir, mais dois soldados raptados, seguindo uma progressão geométrica e uma escalada íngreme na severidade das retaliações, que pretenderá Israel fazer aos quatro soldados raptados? E aos oito? Será aos dezasseis raptados que se decide a utilizar armamento nuclear? E, já agora, onde e contra quem?

A inocuidade do resultado da recente eleição de Ehud Olmert na condução de um processo de negociações com os palestinianos faz lembrar uma antiga piada que se dizia a propósito da Prússia. Enquanto a Europa era constituída por países que tinham exércitos, a Prússia era o caso único de um exército que tinha um país. Parece ser o que está a acontecer em Israel onde, depois do desaparecimento de Ariel Sharon, o instrumento dominante da diplomacia hebraica parece ser a peça de artilharia auto-propulsionada.

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