Segundo se soube pelo Expresso, o Sr. Ingvar Kamprad, dono da cadeia de lojas IKEA e uma das maiores fortunas do mundo, veio fazer uma visita incógnito à sua loja de Alfragide. Enquanto esteve entre nós, hospedou-se numa pensão modesta na Praça da Alegria, apanhou um táxi para Alfragide e de lá regressou de autocarro, no 14, que o deixou na Praça da Figueira.
Sendo verdadeira, esta torna-se uma história engraçada, com a descrição de um verdadeiro Tio Patinhas de carne e osso de 80 anos que, se calhar, ainda se arrependeu de ter desembolsado todo aquele dinheiro no táxi por não saber que havia um autocarro que quase lhe passava à porta.
Mas deixem-me expressar a minha incredibilidade ao deparar-me com o aproveitamento desta mesma história, feito aqui na blogosfera, como preâmbulo para um conjunto de considerações, que se podem ler neste poste, auto flagelativas sobre o comportamento exibicionista e superficial dos portugueses perante a discrição e a sobriedade nórdicas – o Sr. Kamprad é sueco.
Descontando os fundamentos naturais que se podem sempre encontrar enumerando os casos excessivos, os portugueses parecem ser, quanto à forma como mostram o seu estatuto social, tão exibicionistas como muitas outras culturas, próximas (espanhóis) ou afastadas (norte-americanos). Algumas vezes menos: as maquilhagens das espanholas e as limousines compridas dos americanos (ainda) não são comuns entre nós. Pelo contrário, é o comportamento contido dos suecos que se revela muito minoritário neste nosso mundo globalizado.
Embora seja muito mais frequente do que o desejável, continuo a considerar grotesco este exercício repetitivo de nos querer dar como referência aos portugueses, os nórdicos, sejam eles suecos ou finlandeses. Porque não acontece o contrário, dado que, embora mais ricos, eles são visivelmente muito mais infelizes que nós, com uma das maiores taxas de incidência de suícidios do mundo?
E já agora, João Gonçalves, se somos um país de cagões, conforme o título do seu poste, devemos assumir também que somos um país de intelectuais cagões – porque também se pode ser cagão intelectualmente, não será? - que passamos o tempo a escrever aqui na blogosfera sobre temas demonstrando a nossa sobranceria na forma como os intelectuais se distinguem da ralé…
Sendo verdadeira, esta torna-se uma história engraçada, com a descrição de um verdadeiro Tio Patinhas de carne e osso de 80 anos que, se calhar, ainda se arrependeu de ter desembolsado todo aquele dinheiro no táxi por não saber que havia um autocarro que quase lhe passava à porta.
Mas deixem-me expressar a minha incredibilidade ao deparar-me com o aproveitamento desta mesma história, feito aqui na blogosfera, como preâmbulo para um conjunto de considerações, que se podem ler neste poste, auto flagelativas sobre o comportamento exibicionista e superficial dos portugueses perante a discrição e a sobriedade nórdicas – o Sr. Kamprad é sueco.
Descontando os fundamentos naturais que se podem sempre encontrar enumerando os casos excessivos, os portugueses parecem ser, quanto à forma como mostram o seu estatuto social, tão exibicionistas como muitas outras culturas, próximas (espanhóis) ou afastadas (norte-americanos). Algumas vezes menos: as maquilhagens das espanholas e as limousines compridas dos americanos (ainda) não são comuns entre nós. Pelo contrário, é o comportamento contido dos suecos que se revela muito minoritário neste nosso mundo globalizado.
Embora seja muito mais frequente do que o desejável, continuo a considerar grotesco este exercício repetitivo de nos querer dar como referência aos portugueses, os nórdicos, sejam eles suecos ou finlandeses. Porque não acontece o contrário, dado que, embora mais ricos, eles são visivelmente muito mais infelizes que nós, com uma das maiores taxas de incidência de suícidios do mundo?
E já agora, João Gonçalves, se somos um país de cagões, conforme o título do seu poste, devemos assumir também que somos um país de intelectuais cagões – porque também se pode ser cagão intelectualmente, não será? - que passamos o tempo a escrever aqui na blogosfera sobre temas demonstrando a nossa sobranceria na forma como os intelectuais se distinguem da ralé…
Muito bem metido... aliás, este Sr. fez isto porque não tem dinheiro. Como li num número da Economist, há cerca de mês e meio, este cavalheiro colocou todas as acções da IKEA num fundo, de direito holandês, para evitar pagar impostos... um verdadeiro oportunista, portanto, e que serviu já de exemplo a alguns portugueses, como o conhecido merceeiro Belmiro...
ResponderEliminar100 % de acordo, meu caro. Um país de cagões pequeninos...
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