A propósito de Kim Jong-Il, mas nada relacionado com o episódio da salva de mísseis recentemente disparada pela Coreia do Norte, lembrei-me da expressão unanimidade e aclamação que foi de emprego muito frequente em certa altura do nosso PREC, como sinónimo de aprovação evidente e sem controvérsias.
Os regimes socialistas do antigamente – e recorde-se que, no PREC, também estávamos em transição para o socialismo – sempre deram mostras de produzir aprovações por unanimidade e aclamação como mais ninguém sabia fazer. E as sessões de encerramento do Congresso do Partido eram o clímax da unanimidade e da aclamação.
Foi editado até um conjunto de 4 discos LP, contendo o discurso da cerimónia de encerramento proferido por Staline num desses Congressos (do PCUS), longo de três horas e meia, que ocupavam os sete primeiros lados dos LPs, sendo o último lado constituído por uma meia hora de longos, efusivos e prolongados aplausos de todos os congressistas.
Mas, mesmo os russos – soviéticos, na época – nunca conseguiram bater os partidos asiáticos – especialmente os do extremo oriente, chineses, vietnamitas e coreanos - no zelo com que aqueles organizavam as suas sessões de encerramento, que eram um verdadeiro primor de organização e emoção na forma como exprimiam a tradicional unanimidade e aclamação.
Contrariamente às culturas com que estamos mais familiarizados, em que se batem as palmas a alguém, naqueles casos tradicionalmente o líder do partido, no extremo oriente toda a gente desata a bater palmas, líder incluído, para surpresa de qualquer observador desprevenido, que se põe automaticamente à procura do receptor de tal manifestação, até perceber que não existe… Ali, a aclamação é feita por unanimidade...
Os regimes socialistas do antigamente – e recorde-se que, no PREC, também estávamos em transição para o socialismo – sempre deram mostras de produzir aprovações por unanimidade e aclamação como mais ninguém sabia fazer. E as sessões de encerramento do Congresso do Partido eram o clímax da unanimidade e da aclamação.
Foi editado até um conjunto de 4 discos LP, contendo o discurso da cerimónia de encerramento proferido por Staline num desses Congressos (do PCUS), longo de três horas e meia, que ocupavam os sete primeiros lados dos LPs, sendo o último lado constituído por uma meia hora de longos, efusivos e prolongados aplausos de todos os congressistas.
Mas, mesmo os russos – soviéticos, na época – nunca conseguiram bater os partidos asiáticos – especialmente os do extremo oriente, chineses, vietnamitas e coreanos - no zelo com que aqueles organizavam as suas sessões de encerramento, que eram um verdadeiro primor de organização e emoção na forma como exprimiam a tradicional unanimidade e aclamação.
Contrariamente às culturas com que estamos mais familiarizados, em que se batem as palmas a alguém, naqueles casos tradicionalmente o líder do partido, no extremo oriente toda a gente desata a bater palmas, líder incluído, para surpresa de qualquer observador desprevenido, que se põe automaticamente à procura do receptor de tal manifestação, até perceber que não existe… Ali, a aclamação é feita por unanimidade...
Os outros Congressos não passam hoje de recordações, à excepção do cubano, onde Fidel Castro ainda não perdeu a mão (nem a voz) para quatro horas seguidas a dizer-nos coisas interessantes (…), mas os Congressos onde todo o mundo bate palmas ainda aí estão. Enfim, por tudo o que já foi dito noutros sítios e mais por isto, aquela gente é muito esquisita… e perigosa.
PS - Um outro aspecto preocupante são aqueles bonés com aspecto de frigideira-enorme-em-cima-do-bico-do-fogão-mas-sem-pega que todos os militares norte-coreanos usam em cima da cabeça... Mas isso ficará para um próximo poste.
Do que mais gostei foi dos "longos, efusivos e prolongados aplausos", ocupando todo um lado de um LP (!!!) e das sertãs nas cabeças. Absolutamente brilhante!
ResponderEliminarEu também adorei as frigideiras na cabeça...;) Giríssimo!
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