Na Europa antiga, a das nacionalidades, os políticos de cada país não eram comparáveis com os de um outro, Metternich era especificamente austríaco, Clemenceau especificamente francês e Churchill especificamente britânico, e não era concebível vê-los a dirigirem outros países que não os de que eram originários*.
Nesta Europa moderna, a da União, através das instituições europeias como a Comissão, já é possível considerar alguns políticos de outras nacionalidades como se fossem um pouco da nossa responsabilidade. E, sobretudo, em Portugal, deixarmo-nos de nos auto-flagelar com a falta de categoria dos nossos políticos.
Edith Cresson foi uma antiga primeira-ministra francesa (a primeira e, até agora, a única mulher a ocupar esse cargo – 1991-92) e também antiga comissária europeia (1995-99), que se destacou pela proeza – duvidosa – de se ter tornado na responsável directa pelo desmoronamento da comissão europeia, dirigida por Jacques Santer, em 1999.
O escândalo que a envolveu, que passava pela nomeação de um seu amigo, de profissão dentista, para seu conselheiro pessoal, que não podendo ser feita legalmente, acabou por ser feita contornando imaginativamente a lei, teve ontem (11 de Julho) um dos seus episódios terminais, com a condenação moral da senhora por parte da Justiça Comunitária, sedeada no Luxemburgo.
Que nos fique de emenda quando damos em considerar que só em Portugal pode haver políticos labregos que, catapultados para o topo, dão em pensar que o seu dentista, depois de reformado (aos 66 anos) e por razões imperscrutáveis, poderia vir a dar um conselheiro político eficaz.
Comparado com esta, até Santana Lopes se arriscava a passar com distinção!…
Nesta Europa moderna, a da União, através das instituições europeias como a Comissão, já é possível considerar alguns políticos de outras nacionalidades como se fossem um pouco da nossa responsabilidade. E, sobretudo, em Portugal, deixarmo-nos de nos auto-flagelar com a falta de categoria dos nossos políticos.
Edith Cresson foi uma antiga primeira-ministra francesa (a primeira e, até agora, a única mulher a ocupar esse cargo – 1991-92) e também antiga comissária europeia (1995-99), que se destacou pela proeza – duvidosa – de se ter tornado na responsável directa pelo desmoronamento da comissão europeia, dirigida por Jacques Santer, em 1999.
O escândalo que a envolveu, que passava pela nomeação de um seu amigo, de profissão dentista, para seu conselheiro pessoal, que não podendo ser feita legalmente, acabou por ser feita contornando imaginativamente a lei, teve ontem (11 de Julho) um dos seus episódios terminais, com a condenação moral da senhora por parte da Justiça Comunitária, sedeada no Luxemburgo.
Que nos fique de emenda quando damos em considerar que só em Portugal pode haver políticos labregos que, catapultados para o topo, dão em pensar que o seu dentista, depois de reformado (aos 66 anos) e por razões imperscrutáveis, poderia vir a dar um conselheiro político eficaz.
Comparado com esta, até Santana Lopes se arriscava a passar com distinção!…
* Metternich era originário da Renânia e não da Áustria, país para o qual sempre trabalhou.
"Mentir comme un arracheur de dents" ou "mentir como um dentista", na versão nacional.
ResponderEliminarInjusta fama para uma classe que perde, por KO técnico, para os políticos!!!
Coitado do dentista!!!