Este sujeito que acima vemos, em 6 de Janeiro de 2021, a arrebentar com uma das janelas do Capitólio, usando um dos escudos de protecção que anteriormente tirara a um dos polícias, apanhou ontem dez anos de prisão. Chama-se Dominic Pezzola, 46 anos, pertence a uma associação de extrema-direita denominada Proud Boys e acabou sendo uma das figuras mais fotografadas naquele dia, dentro do Capitólio, com ar de grunho, ainda e sempre agarrado ao escudo-troféu (abaixo). Um soldado da causa, considerado pelo tribunal sem grande inteligência, o que não impediu o peso da pena de dez anos. Com ele, outro Proud Boy, chamado Ethan Nordean (33 anos) que foi menos fotogénico no dia 6 de Janeiro, mas que o tribunal considerou mais inteligente, apanhou por sua vez dezoito anos de cadeia. No dia anterior, tinham sido outros dois Proud Boys, Joseph Biggs e Zachary Rehl, a apanharem com dezassete e quinze anos de prisão respectivamente. Aguarda-se para esta próxima terça-feira a sentença do líder da organização, Enrique Tarrio (a acusação pede 33 anos de prisão*). Feitas as contas, já houve mais de 1.100 pessoas acusadas por causa dos acontecimentos de 6 de Janeiro de 2021, das quais 600 já foram julgadas e condenadas (com muito poucas absolvições). E no entanto, a ressonância que tem sido dada a este pesado braço da lei tem sido quase inexistente, quando a comparamos com a ressonância que foi dada originalmente aos acontecimentos no Capitólio. Nestes casos é flagrante quanto a cobertura mediática é muito enviesada e quanto a hipotética eficácia da capacidade dissuasora das condenações severas se perde.
* Acabou por apanhar só vinte e dois...
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