Destaque da primeira página do Correio da Manhã de hoje para uma sondagem que dá como estando «à frente na corrida a Belém» dois «corredores» (Passos Coelho e António Guterres) que não manifestaram, até agora, qualquer intenção de vir a «correr» na dita «corrida» e sobre os quais existem vários argumentos ponderosos para que não o venham a fazer sequer. Isto é o que se deve chamar ficção jornalística. Não há nenhum facto noticioso, é dar relevo a situações que nem sequer existem. Nem virão a existir, muito provavelmente. Em tese, há a vontade dos portugueses em escolher aqueles que consideram os seus melhores representantes. Mas também há que contar com a vontade daqueles poucos portugueses passíveis de serem escolhidos em se fazerem candidatos para aqueles mesmos cargos. E é preciso conjugar essas duas vontades para que haja tema. O que há neste caso é sobretudo a vontade dos jornalistas portugueses em irem ocupando espaço e tempo mediático antecipando assuntos que só virão a ter lugar daqui por quase dois anos e meio e com contornos que ainda não se conhecem. Isto é jornalismo? Não.
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