Pelos vistos, andámos décadas a fio iludidos com a ideia que, quando acontecia uma catástrofe natural num determinado país, era uma benesse para esse país que os outros países da comunidade internacional acorressem a ajudá-lo com pessoas, equipamentos e bens. O que está a acontecer com Marrocos, na sequência do terramoto de Marraquexe, está a demonstrar que não. Com aquela dose de despeito pelo facto da ajuda da França ter sido preterida, o Le Monde dá hoje conta da existência de um clube muito selecto de países de que Marrocos aceita o auxílio: Emirados Árabes, Espanha, Qatar e Reino Unido. A de outros, como a da França, antiga potência colonial, ou a da Argélia, país vizinho e rival, são dispensáveis. Aparentemente, depois da denúncia da profusão de ONGs de objectivos nem sempre transparentes, também a indústria do altruísmo está a sofrer uma transformação no formato como costuma ser apresentada.
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