(Republicação)
Não sei se repararam que existe na extremidade superior de qualquer foguetão com naves tripuladas, aquilo que à distância pela sua espessura pareceria serem antenas e que afinal são um pequeno mas poderoso foguete, designado por foguete de escape (na designação norte-americana, na fotografia acima instalado numa nave Apollo) ou de emergência (usando a designação russo-soviética, abaixo numa nave Soyuz). Mas, seja qual for a designação, não se costuma dar por ele: é uma daquelas picuinhices (suponho que Eduardo Catroga lhe chamaria pentelhos…) de entusiasta pela astronáutica.
O dia 26 de Setembro de 1983 não foi um dia memorável (embora tivesse todas as condições para o ter sido…) e a agência de notícias TASS teria uma oportunidade de preencher a agenda noticiosa mundial com mais um lançamento bem-sucedido de uma nave espacial tripulada soviética. Porém, a minuto e meio antes da hora prevista para esse lançamento, quando se procedia ao abastecimento do foguetão, uma válvula defeituosa provocou um derrame de combustível que imediatamente se incendiou. Abaixo, as imagens registadas do acidente não são particularmente esclarecedoras…
…mas percebe-se que decorreram uns vinte segundos até que um sistema suplementar (o ordinário fora danificado pelo incêndio) fizesse acionar o foguete de emergência lançando aceleradamente (14 a 17 G) a Soyuz com os dois cosmonautas (Titov e Strekalov) até aos 2 km de altitude, para depois regressarem ao solo, como abaixo se explica, a mais de 5 km da plataforma. Foi a única vez em que aqueles foguetes foram accionados a sério. E fica a pequena nota que o primeiro gesto dos cosmonautas quando recuperaram o controlo da nave foi desligar o gravador de voz por causa dos palavrões…
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