Confesso que fiquei muito surpreendido com a maneira ressonante como foi assinalado anteontem, na comunicação social convencional e também nas redes sociais, o centenário do nascimento de Natália Correia. Por isso, não quero deixar de me associar à pessoa, embora, como é timbre deste blogue, evocando a pessoa numa ocasião que não vi referida entre as múltiplas evocações. O momento é o da recepção da (então deputada do PRD) Natália Correia a Cicciolina em plena Assembleia da República, por ocasião da visita da deputada e pornstar italiana ao parlamento português, em 19 de Novembro de 1987, estava-se em pleno cavaquismo. A reportagem que a RTP então passou - e que eu não posso transpor (abaixo) para o blogue porque mostra as mamas da Cicciolina* - narra a confusão que se armou em pleno hemiciclo, feita de descaramento da pornstar, uma confusão que fez o gáudio da comitiva de fotógrafos e jornalistas que a acompanhava. Os trabalhos parlamentares foram interrompidos por causa da exibição das mamas da senhora e, numa passagem final da reportagem, a deputada Helena Roseta demarcava-se de ter visto o seu nome invocado como cobertura para a entrada inicial da italiana no edifício de São Bento**. Este episódio engraçado mostra a riqueza e a complexidade da personalidade da pessoa. Estou a referir-me à pretensa anfitriã, Natália Correia, não à Cicciolina, evidentemente.
* - É uma ironia enorme que o Youtube aplique hoje uma restrição púdica maior do que uma televisão generalista como era a RTP de há 36 anos.
** - Quem quiser mesmo perceber a associação de Natália Correia à presença de Cicciolina deve ouvir a explicação de Helena Roseta até ao fim.
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