12 setembro 2018

MAIS VALE CAIR EM GRAÇA (E PROFETIZAR UMA DESGRAÇA) DO QUE SER-SE ENGRAÇADO

Se Herman José fosse um economista escusava de andar a fazer estas figuras tristes de apanhar o mesmo voo da Madonna para se fazer notado. Bastava dar uma entrevista a profetizar um apocalipse financeiro para um dia destes e pronto, lá tinha direito aos seus minutinhos de atenção como o Roubini da notícia abaixo. Nouriel Roubini ganhou a alcunha de Dr. Doom (Dr. Catástrofe) mas não será isso que levará os jornais a deixar de publicitar as suas profecias catastróficas para o futuro, não vá o homem acertar da próxima vez. Agora é em 2020. Como acontece com a réplica doméstica do Dr. Doom, João César das Neves, há de haver um dia em que eles hão de acertar na crise: já esteve para ser 2015 (O ano do segundo resgate?), 2016 ou 2017 (A provável derrocada financeira), o truque dos economistas consiste em manter uma perpétua atitude de amigo da onça, o que é mais fácil do que produzir piadas frescas, que é aquilo que tem faltado, como humorista, a Herman José. Mais do que isso, a avaliação é muito mais benigna para os economistas do que para os humoristas: não temos que nos rir dos oráculos fracassados dos economistas, embora fosse isso que muitos merecessem. Aprecie-se, por exemplo, a profecia abaixo do economista José Maria Brandão (d)e Brito, pressagiada no Outono de 2015 que o ano seguinte iria ser pior do que aquele que acabava. Se tivesse acertado, o homem hoje era famoso e consultado para tudo o que fosse previsão. Assim, como falhou rotundamente, está tudo esquecido, continuamos a não saber de quem se trata, e ainda o podemos ouvir um dia destes ressuscitado a reputado, a prever mais qualquer coisinha.

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