24 setembro 2018

QUANDO AS PARADAS CORREM MAL...

Há qualquer coisa nas imagens da parada militar recentemente atacada no Irão que mas faz associar às cenas de uma outra parada militar acidentada, realizada também no Médio Oriente, no Egipto em 6 de Outubro de 1981 e que culminou com o assassinato de Anwar Sadat (fotografia abaixo, a preto e branco). Porém, na parada do Cairo de há 37 anos, o que se subverteu não foi a demonstração do poder militar. O ataque incidiu sobre as personalidades do palanque, a imagem forte é a das cadeiras derrubadas por aquelas quando da sua fuga, e o que se retém é a ideia da insubmissão de uma facção militar radical ao poder institucional. Mas no caso recente das imagens de Ahvaz, aquilo que ocorreu no palanque é secundário, a força da imagem advém dos soldados estendidos no chão, e é a própria demonstração do poder militar iraniano que se pretendia reforçar com aquela parada que se vê lesada - soldados armados mas sem munições e por isso impotentes para reagir aos atacantes.

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