Entre a geração dos baby-boomers (de que apenas faço parte por ter nascido nos anos terminais, já de transição), sempre se prezou saber mais do que um mínimo de rock n´roll. E não ter bandas de referência era tão mal compreendido como em Portugal não se ter clube de futebol. A idade e a caturrice não lhes (nos) deve ter feito nada bem quanto à razoabilidade como se aceitam as opiniões musicais alheias mas, quando nos deparamos com uma notícia como a acima, de que morreu o fundador e vocalista dos Jefferson Airplane, a reacção não pode senão deixar de ser a de surpresa.
- Quê?! Mas então a vocalista dos Jefferson Airplane não era a Grace Slick? Quer dizer, pode-se ir à wikipedia e descobrir aí que a banda teve uma paleta infindável de vocalistas durante a meia dúzia de anos em que esteve activa. Agora, quem é que não sabe que qualquer dos seus dois maiores sucessos - Somebody to Love e White Rabbit (ambos já com mais de 50 anos) -, aqueles que os catapultaram para o sucesso de serem hoje recordados, se deviam, e em mais do que no sentido interpretativo, a Grace Slick?
E qual é o drama dos tempos modernos? É que, quando os velhinhos do asilo lá de cima aprenderam esses pormenores irrelevantes, eles apareciam publicados nas revistas da especialidade. Hoje essa especialização dilui-se, e o «autor» da notícia do óbito não percebe nada sobre o tópico sobre o qual escreveu: limitou-se a traduzir a notícia. Nem vale a pena confrontá-lo com o que escreveu - ele não tem opinião, nem se garante até que saiba quem foram os Jefferson Airplane. A fotografia abaixo é de Jim Marshall.
Estes tipos do observador nem com "música" lá vão.
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