8 de Setembro de 1928. Há precisamente noventa anos o país mostrava-se exultante com a escolha do «sr. dr. Augusto de Vasconcelos, por unanimidade e com aplausos, para o honroso cargo de presidente da comissão de finanças da S.D.N.» (Sociedade das Nações) Como seria de esperar, o seu discurso inaugural foi uma defesa da ditadura que então vigorava em Portugal (desde Maio de 1926). Mas não é por isso que aqui evoco o pretenso momento histórico, que parecia então tão prestigiante para a diplomacia portuguesa e para o escolhido (que hoje é alguém completamente olvidado!). É uma cautela para que se dê tempo ao tempo antes de se embandeirar em arco com nomeações afins, como foram os casos mais recentes da de Durão Barroso em 2004 e da de António Guterres em 2016. Quem estiver vivo em 2100, esses sim, fogachos mediáticos esquecidos, poderão avaliar com propriedade a significância (ou a insignificância...) da actuação actual e recente daqueles nossos dois compatriotas.
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