O Grão-Duque Aleixo Alexandrovich Romanov (1850-1908) foi o quarto filho do czar Alexandre II da Rússia. Desde tenra idade que o destinaram à carreira naval e, por causa disso, também ao papel colateral de embaixador e representante do monarca (primeiro o pai, depois o irmão, e depois ainda o sobrinho) quando das viagens navais que percorreu à volta do Mundo. Em 1868, ainda com 18 anos, o jovem Grão-Duque cumpriu mais uma dessas viagens de instrução e diplomáticas, que o levou a embarcar em Poti (porto do Mar Negro) na moderna fragata Alexander Nevsky, para depois escalar Constantinopla, Atenas e, já em pleno Atlântico, o arquipélago português dos Açores.
Foi na viagem de regresso do Grão-Duque e da fragata a São Petersburgo que se registou o desastre de que hoje comemoro a efeméride: a 25 de Setembro de 1868, cumprem-se hoje precisamente 150 anos, e quando se preparava para entrar no Mar Báltico, a fragata acabou por encalhar num baixio, à vista de terra, por causa de um clamoroso erro de navegação. Os habitantes da vila piscatória dinamarquesa próxima apressaram-se a acorrer, as vítimas mortais do naufrágio foram mínimas (5 marinheiros), mas as consequências para a reputação da marinha russa foram desastrosas. A bordo, e para além do capitão do navio, seguia o almirante responsável pela formação naval do Grão Duque...
Na verdade, a reputação histórica do Grão-Duque Aleixo consolidou-se foi como turista e não como marinheiro. Três anos depois do incidente, uma outra viagem levou-o aos Estados Unidos e foi no Faroeste, bem longe do mar, que deixou memória por causa de uma furiosa caçada aos búfalos em que participou (acima). Outro momento memorável da sua visita aos Estados Unidos terá sido a sua passagem por Nova Orleães. O carácter galanteador e bizarro deste Grão-Turista terá deixado uma marca indelével nos locais por onde passou. Tanto assim que, cem anos depois, Goscinny e Morris o tornaram o protagonista caricaturado de uma das melhores aventuras de Lucky Luke.
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