05 setembro 2018

(SOBRE A INALTERNÂNCIA DOS) FACTOS «ALTERNATIVOS»

Foi Kellyanne Conway, conselheira do presidente Trump, que entrou para a história da comunicação política ao empregar pela primeira vez em televisão a expressão «factos alternativos» como um eufemismo grosseiro de uma mentira descarada. Como acontece frequentemente com algumas frases célebres, esta também teve uma réplica à altura por parte do entrevistador Chuck Todd da NBC (acima): «Repare, factos alternativos não são factos. São mentiras.» Mas também esta réplica ficará esquecida pela história e a paródia que se seguiu não terá servido de dissuasão à prática. Constate-se esta notícia abaixo que acabou de sair hoje, a respeito da evolução das vendas a retalho no passado mês de Julho. Até se pode considerar que, nas letras pequeninas, as duas notícias, a do Observador e a do negócios, não se contradizem frontalmente, mas a sua redacção e apresentação transforma-as em desmentidos recíprocos. Não sei dizer qual das notícias será mais legítima, qual delas será a alternativa, mas uma coisa tenho como certa nestas ocasiões de dúvida: depois da alternância de 2015, sei que o Observador alterna sempre para o lado do pessimismo a cada notícia económica que publica...

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