15 setembro 2018

A LINHA MORICE

15 de Setembro de 1958. Conclusão da Linha Morice ao longo da fronteira entre a Argélia e a Tunísia. Estendendo-se pelos 450 km da metade norte da fronteira entre os dois países e separando as regiões mais povoadas (para o sul fica o deserto do Sahara), a Linha Morice era constituída originalmente por barreiras encadeadas de arame farpado, adjacentes a campos de minas. Baptizada com o nome do ministro da Defesa André Morice (e, nesse aspecto, uma reedição pouco auspiciosa da antecessora Linha Maginot), a intenção era a de bloquear os guerrilheiros da FLN que, oriundos dos campos de treino da Tunísia, pretendiam infiltrar-se em território argelino. Além de dispor de postos de vigia intervalados para mais rapidamente acorrer aos incidentes que ocorressem, o percurso era patrulhado incessantemente e a elaboração do dispositivo veio a ser continuamente aprimorado, nomeadamente com a sua electrificação (5.000 volts!), a adição de dispositivos de detecção usando tecnologia de ponta (aparelhos de escuta e visores de infravermelhos) e ainda com a construção de uma outra linha paralela - baptizada Linha Challe - nos sectores mais visados pela FLN. Do ponto de vista técnico e táctico, a Linha Morice foi um sucesso. Como se vê perfeitamente no gráfico abaixo, o volume da actividade rebelde foi contido para níveis como nunca haviam acontecido desde 1956 e as «exacções» mensais da FLN nunca mais ultrapassaram o nível das 2.000 por mês. Só que, como se sabe, a solução daquele conflito era política e não militar. A FLN não tinha que ganhar a guerra, tinha só que não a perder.

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