Se o Observador e os seus concorrentes ((1),(2),(3),(4),(5)) querem dar tanto enfâse à desfiliação do ex-ministro Martins da Cruz do PSD e aos termos que usa na carta em que anuncia essa desfiliação, nunca perdendo de vista o emprego da expressão «pacóvios», então também teria vindo a propósito relembrarem-nos em que circunstâncias há quinze anos ele passou de ministro a ex-ministro (dos Negócios Estrangeiros), demitido do governo à força, chutado borda fora por indecente e má figura. Mesmo depois de Pedro Lynce de Faria, seu colega de governo e de escândalo, se ter demitido, a atitude de Martins da Cruz era a de assobiar para o lado, pretendendo que o que causara o escândalo - a concessão de um favor ilegal à sua filha na admissão à faculdade - nada tivera a ver com ele próprio. Como o Correio da Manhã de então destacava, horas antes de se demitir ainda Martins da Cruz «divulgava um comunicado garantindo que não se demitia». Desconheço quantos dos jornalistas que assinam a notícia de hoje já o eram há quinze anos, mas a falta de vergonha não se esquece por esses quinze anos se terem passado, nem se esbate com tiradas de pretensa superioridade que soam agora como um coro afinado em todos os artigos que assinalam a desfiliação de Martins da Cruz. Quanto à ética, porque é que não me surpreende que o proponente da filiação de Martins da Cruz em 2007 houvesse sido Luís Filipe Menezes?... Desdenha quem pode, não desdenha quem quer.
Não haverá por aí um espelho onde o dito cujo se possa rever?
ResponderEliminarA falta de memória proverbial, e a falta de vergonha habitual.
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