24 setembro 2018

COMO UM VELHO DISCO DE VINIL RISCADO...

Há quatro anos, João César das Neves era taxativo: «Subir o salário mínimo teria consequências dramáticas sobre os pobres». O impacto da sua subida já fora «estudado por vários economistas e podia ter consequências negativas». Criminoso, enfatizava até o conhecido economista nas suas declarações, enquanto que, pelo seu lado, a Comissão Europeia, já dois anos depois (2016), se mostrava mais comedida (embora obviamente mais poderosa), e punha todo o seu peso na não concretização desse aumento (abaixo). Mas ele acabou mesmo por acontecer, para desagrado de João César das Neves e descontentamento de Bruxelas: em finais de Dezembro de 2016, Marcelo promulgava um novo valor para o salário mínimo para o ano seguinte (2017): 557 €. 
E o que é que se podia dizer um ano depois, em Janeiro deste ano? Como se pode ler no artigo acima, concluía-se que, ao contrário do que havia sido «estudado pelos vários economistas» que João César das Neves conhecia», o salário mínimo aumentara, mas a taxa de desemprego diminuíra. A explicação é rebuscada, o significado de monopsónio ainda mais, mas o resultado concreto traduziu-se num banho de realidade que desmentia a doutrina. Em Maio passado, a comissão europeia dava o braço a torcer, contrariada. E qual foi o impacto de tudo isso na opinião de João César das Neves? Nenhum. Este Domingo tornou a dar uma entrevista onde mantém que subir o salário mínimo vai ser mau para os pobres, precisamente tal qual o fizera há quatro anos. Como opinião, não tem mal nenhum. Mas do ponto de vista científico e académico, é a constatação da mediocridade.
E porque é que há órgãos de comunicação que insistem em promover estes medíocres?...

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