16 novembro 2014

SOBRE A CONFIANÇA QUE NOS TRANSMITE ESTA DEMISSÃO DE MIGUEL MACEDO

Há pouco mais de 72 horas, as notícias diziam-nos que o ministro da Administração Interna tremera, mas não caíra. Envolvido no escândalo dos vistos gold que acabara de rebentar, Miguel Macedo manifestara a intenção inicial de se demitir mas que depois de uma conversa privada com o primeiro-ministro em que o primeiro tranquilizara o segundo quanto ao seu distanciamento em relação às matérias em investigação, acabara por o retirar, prorrogativa de Passos Coelho em manter a confiança no seu ministro. Neste Domingo, ao fim do dia, Macedo demite-se, mas o pior é que se reescreve tudo o que ficara assente na passada Sexta-Feira: sempre estivera disposto a demitir-se, Passos Coelho é que o segurara. Entre estas contradições é mais do que legítimo duvidar de tudo o que nos está a ser informado e perguntarmo-nos se não terá havido outros desenvolvimentos recentes que precipitaram este desfecho. Uma coisa é certa: a informação disponível não é fiável porque sobre demissões guardo uma verdade que tenho por cristalina: quem se quer demitir, demite-se quando quer; ninguém ocupa cargos contrariado.

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