Depois de uma associando os nazis aos negros, permitam-me afixar esta fotografia onde os primeiros aparecem associados a muçulmanos (na outra eles também eram muçulmanos, mas eram sobretudo negros). A 13ª divisão das Waffen SS, que recebeu o cognome de cimitarra (Handschar em alemão), foi formada em 1943. Foi em Novembro desse ano, ainda na recruta na Silésia e durante uma das cinco orações do dia que esta fotografia foi feita. Tratava-se de uma das ideias queridas de Heinrich Himmler, o Reichsführer SS, a de aproveitar o renomado fervor combatente dos bósnios muçulmanos, uma imagem que os factos vieram demonstrar que era mais idealizada do que consequente. A verdade é que não faltaram voluntários: cerca de 25.000 bósnios apresentaram-se para servir ao lado dos alemães, o equivalente a uns 4% da população total da comunidade bosníaca – uma percentagem muito significativa¹.
Apresentaram-se tantos voluntários bósnios que deram para guarnecer não apenas uma mas duas divisões das Waffen SS: não apenas a 13ª divisão mas também uma outra 23ª divisão que veio a ser denominada Kama. Mas a esta última faltava-lhe o pessoal para a enquadrar, que as patentes mais elevadas estavam (naturalmente...) reservadas apenas a alemães e assim não chegou a vingar. Quando à actividade operacional, os soldados da Handschar intervieram quase exclusivamente na Bósnia natal contra os guerrilheiros (partisans) de Tito, protagonistas de uma guerra civil que se travava simultaneamente e inserida numa guerra mundial, em acções onde tanto exibiram a sua extrema crueldade contra o inimigo das outras nacionalidades eslavas como também altas taxas de deserção para esse mesmo inimigo que, especialmente nos meses do fim da guerra, deixaram a unidade quase sem qualquer capacidade operacional.
¹ Para referência, naquele conflito os países possuíam cerca de 10% da sua população total a cumprir serviço nas forças armadas – mas uma substancial parte deles eram conscriptos.
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