Ainda recentemente, encontrei-me numa fila precedido por uma jornalista da SIC Notícias, uma das pivôs facilmente reconhecíveis por aparecem regularmente no ecrã. Pois bem, confesso que, apesar de todos aqueles minutos de ociosidade que se escoam na caixa de um supermercado a olhar para todo o lado, não a consegui reconhecer sem a maquilhagem! Tanto me intrigou o episódio que pesquisei o assunto na internet, onde descobri por exemplo a jornalista de televisão acima, a australiana Tracey Spicer, que tem feito da questão da maquilhagem em televisão assunto em foco que, quem quiser, pode seguir aqui num vídeo do TEDx. Mas a verdade é que se eu estou a falar aqui de maquilhagem é por analogia.
A analogia estabelece-se comparando como as televisões têm dificuldade em mostrar em estúdio protagonistas que não estejam devidamente retocadas (a ponto de os espectadores nem as conseguirem reconhecer nessas condições) e de como as televisões têm também uma incapacidade congénita em serem genuínas para nos confessarem que não dispõem de qualquer tipo de informação relevante que justifique os aparatos noticiosos: ainda ontem houve um verdadeiro frenesim à volta da detenção de José Sócrates todo o dia, equipas nas ruas, comentadores em estúdio, mas em termos de verdadeiro trabalho de investigação jornalística, o de saber aquilo de que concretamente o acusam, não se sabe rigorosamente nada mais do que (não) se sabia ao princípio...
Um lembrete, agora que a televisão tende a assumir o papel principal também como fonte de informação, de como naquele mundo também se gosta de maquilhar os seus fracassos e impotências.
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